sexta-feira, 16 de junho de 2017

GOLPE DE ESTADO TOUR DE 30 ANOS - 10 de Junho de 2017 - Clash Club/SP


GOLPE DE ESTADO CELEBRA SEUS 30 ANOS COM UMA NOITE DE BALADA RECHEADA DE SURPRESAS!

    Tudo bem que os 30 anos da banda já passaram (em 2015), mas quem liga, queremos mais é ver o GOLPE DE ESTADO na atividade e o time atual (ao contrário do que alguns detratores rezam) faz jus ao legado desta que pode ser tranquilamente nomeada a mais criativa das bandas de HARD ROCK em português deste país que vira cara aos mais honrados filhos teus.
    Há mais de 30 anos no baixo da banda, hoje Nelson Brito segue como único remanescente de todas formações e, mesmo dando uma desanimada após a morte do guitarrista Hélcio Aguirra (21 de janeiro de 2014), logo ele voltou atrás com o baterista Roby Pontes no seu posto e recrutando o ex vocalista Rogério Fernandes e com Marcello Schevano (CARRO BOMBA, CASA DAS MÁQUINAS, ex PATRULHA DO ESPAÇO) segurando as seis cordas, afinal ele era um pupilo do Hélcio. Por bem Rogério seguiu somente com sua atual banda CARRO BOMBA cedendo seu posto ao ‘The Voice’ João Luiz (ex KING BIRD e atual CASA DAS MÁQUINAS) e assim a banda seguiu na estrada celebrando suas três décadas, mas ano passado uma surpresa pegou a todos. Após duas décadas longe da banda o vocalista original Catalau (atual pastor da igreja Bola de Neve) resolveu fazer participação especial num show/celebração da banda causando enorme furor no underground paulista e depois desta festa a banda resolveu registrar um CD ao vivo comemorando esses 30 anos com a participação do Catalau e do Rogério dividindo os vocais com João Luiz, mas, não ficaram só nisso e recrutaram também o tecladista do TOMADA Matheus Schanoski e os guitarristas Luiz Carlini (TUTTI-FRUTTI) e Andreas Kisser (SEPULTURA) para incendiarem os amplis, tudo isso registrado por ninguém menos que Heros Trench (KORZUS) para o futuro CD de 30 anos.
Nelson Brito e a dita cuja!

    A banda começou seu show de celebração por volta das 19:45 no Clash Club em São Paulo, na noite de 10 de Junho de 2017 com Nelson Brito e Luiz Calanca (proprietário da loja/selo BARATOS AFINS) empunhando uma guitarra Tagima preto-e-branca que pertencia ao falecido Hélcio Aguirra, colocando ela no seu devido lugar no centro do palco para em seguida, com João Luiz na voz, Roby Pontes na bateria e Marcello Schevano na flying V branca começarem a festa com ‘Na Vida’ e ‘Underground’ que ascendeu a plateia já numerosa, abrindo caminho para o primeiro hino da noite, ‘Noite de Balada’ com a primeira participação de Schanoski nos teclados.

    Em seguida fizeram o tema mais novo da noite, ‘Feira do Rato’ do último disco da banda “Direto do Front” (2012), o que me despertou a primeira pergunta, porque a ausência do vocalista Dino Linardi (que gravou este disco) nesta festa? Mas logo os questionamentos sumiram de minha mente, afinal, meu coração foi sequestrado pelo próximo tema, certamente o primeiro ou um dos primeiros que conheci da banda na minha adolescência, ‘Zumbi’ do disco maravilhoso de mesmo nome de 1994, acabei com minha garganta, assim como muitos por lá e a seguinte arrancou até lágrimas, ‘Paixão’ um dos maiores sucessos radiofônicos da banda. O tema seguinte eu jurava que seria cantado pelo Catalau, mas não foi o que aconteceu, ‘Filho de Deus’ seguiu com João Luiz na voz, mas que logo chamou reforço, e então Rogério Fernandes invade o palco com a sua usual simpatia e garganta magnificamente ofensiva para atacar em dupla com João ‘Quantas Vão’ e sozinho seu tema ‘Todo Mundo tem um lado Bicho’, cantada em uníssono pelos presentes. Vale destacar aqui a camiseta da banda mineira CONCRETO vestida por Rogério durante toda noite.
Nelson Brito, Roby Pontes, Rogério Fernandes, João Luiz e Marcello Schevano

Rogério Fernandes soltando "seu lado bicho" no palco
    João Luiz e Matheus Schanoski voltam para ‘Forçando a Barra’ e ‘Cobra Criada’ e em seguida dão lugar ao momento mais esperado da noite, a presença de Luiz Carlini e Catalau que entra empunhando um violão para esmerilharem uma versão lindamente inspirada de ‘Olhos de Guerra’, onde o violão e a voz de Catalau emocionaram a todos no início para em seguida Carlini e Schevano arrepiarem a plateia com suas guitarras encharcadas de feeling (vejam mais neste link filmado por um fã: https://www.youtube.com/watch?v=QQqt_8pSMao), daí em diante Catalau dominaria a festa por um bom tempo, intercalando canções de sua fase com declarações apaixonadas ao público, aos músicos e piadas trocadas com seu velho parceiro Nelson Brito, aliás, os comentários desses dois entre eles eram os momentos ‘stand-up’ da noite, arrancando gargalhadas saudáveis de todos os presentes, em cima do palco inclusive.
Carlini, Catalau e Schanoski (ao fundo)
  Na voz de Catalau vieram ‘Caso Sério’, cantarolou todo feliz e à capela o refrão de, adivinhem vocês, ‘Filho de Deus’. Em ‘Terra de Ninguém’ Catalau manda um recadinho aos vagabundos de Brasília em dobradinha com João Luiz, ‘Mal Social’ foi apontada por ele como uma das suas letras mais ácidas e contestadoras. Agora era hora dele dividir a festa e o palco com seu substituto na banda Rogério Fernandes que, segundo o próprio Catalau, “...herdou um abacaxi quando entrou na banda.” Dividiram os vocais de ‘Velha Mistura’ de uma maneira festeira e inspirada que somente bons amigos poderiam fazer. Logo ele volta a ficar sozinho no microfone para ‘meditarmos’ ao som de ‘Ignoro’ lindamente interpretada. Após mais algumas piadas trocadas com Nelson e até Luiz Carlini que estava na lateral do palco, Catalau chama de volta ao palco João Luiz para cantarem em dupla ‘Real Valor’, mas não sem antes encher a bola de João reverenciando seu dom vocálico, esta seria a última de Catalau nesta noite que agradeceu demais a oportunidade de subir ao palco com “...um time de sobreviventes do Rock and Roll...” como ele mesmo disse.


Catalau em cima do palco, feliz feito criança em loja de doces!
   Vale ressaltar o clima de felicidade e empolgação quase adolescente que Catalau expressou durante toda a noite, embasbacado com a acolhida do público e o talento individual de cada músico que ali tocou com ele. Era nítida a sua entrega ao bom e velho Rock and Roll do GOLPE DE ESTADO que ele ajudou a cunhar durante uma década. Esse tipo de exemplo deveria ser seguido por todos aqueles músicos e seres humanos que abandonam sua antiga vida para seguir uma nova crença, a de não darem as costas às coisas boas que fizeram no seu passado. Catalau é um exemplo de ser humano e músico sim e todos os presentes nesta noite viram isso!
Catalau em alta performance amparado pelo seu velho comparsa
Nelson Brito (bx) e os talentosos 'meninos' Roby Pontes (bt) e Marcello Schevano (g/bv)
GOLPE DE ESTADO!

    Pra encerrarem esta noite de festa, João e Schanoski retornaram para executar ‘Não é Hora’, outro grande sucesso radiofônico da banda, seguida de um solo monstruoso de Roby Pontes na bateria exorcizando qualquer resquício que a ausência Paulo Zinner poderia ocasionar (segundo Nelson, ele foi convidado para festa, mas preferiu abdicar do trono, infelizmente, uma falta sentida por todos). Não por menos Roby está atrás dos tambores há quase uma década já! ‘Onde há Fumaça há Fogo’ precedeu a chegada do último convidado especial, segundo Nelson Brito: “...esse convidado, ao contrário dos políticos brasileiros, não nos envergonha perante o mundo e sim nos orgulha!” Andreas Kisser empunhando uma SG preta meteu seu peso metálico nos temas ‘Nem Polícia Nem Bandido’ e ‘Libertação Feminina’ que virou um duelo de guitarras afiadas e explosivas entre Kisser e Schevano.

Andreas Kisser no final pesado da noite!

  Não poderiam ter um encerramento mais poderoso que este! A banda saiu aos gritos de “GOLPE! GOLPE! GOLPE!” e de “HÉLCIO! HÉLCIO! HÉLCIO!” puxado por Luiz Calanca, encerrando assim uma noite de balada inesquecível que foi devidamente registrada pela equipe do estúdio ORRA MEU e Heros Trench. Em breve teremos ele em mãos Brasil afora!



(N.do R.: Nenhum tema do disco “Pra Poder” de 2004 gravado com o vocalista Kiko Müller foi executado nesta noite, sabe-se lá porque, afinal, na muvuca dos camarins eu não consegui entrevistá-los.)
















Honra máxima conhecer esses dois Heróis do Rock!
Catalau (eterno GOLPE DE ESTADO) e Luiz Carlini (eterno TUTTI FRUTTI)

Matheus Schanoski (t), Roby Pontes (bt), João Luiz (v), Nelson Brito (bx), Rogério Fernandes (v), Catalau (v), Andreas Kisser (g), Marcello Schevano (g/bv) e Luiz Carlini (g)
GOLPE DE ESTADO 30 ANOS

Duas grandes vozes em ação: Rogério e João Luiz

"♪♪...noite de balada...sorrisos na madrugada...♫♫"

Surpresas no backstage - Amilcar e Castor (TORTURE SQUAD) tietando o GOLPE!
(e eu tietando as duas bandas, heheheh...)

'O culpado de tudo isso' Luiz Calanca e a guitarra do saudoso Hélcio Aguirra




Encontro de gigantes: Rogério e Catalau "...A velha mistura,te mata e te cura..."




João Luiz 'The Voice', a nova voz do GOLPE DE ESTADO
                           Passando o bastão adiante - Catalau saúda João Luiz.
GOLPE DE ESTADO 30 ANOS (foto: Heloísa Brito)


FOTOS: Alexandre - Wildshark (exceto a indicada).