segunda-feira, 29 de junho de 2015

ANIMAL HOUSE ressurge com novo EP - "Limbo"


ANIMAL HOUSE
DISCO : “Limbo”
FAIXAS:
1.  Last Great Hero
2.  Monochromatic
3.  New Age Messiah
4.  Middle Finger Blues (Live Unplugged)
ANO: 2015
SELO: RED FOOT CLAN
  E depois de muita história e muitas atribulações eis que ressurgem do limbo (por isso o nome do EP) a força paranaense ANIMAL HOUSE que nas pessoas de seu fundador Mutley Animal cantando e tocando bateria e Paulo On tocando guitarra e baixo lançam um EP chamado “Limbo” com 4 faixas, 3 de estúdio e uma ao vivo em formato acústico.
  O som deles é meio complicado de ser inserido em algum estilo, mas adianto que pende para o lado Stoner de ser e tem em alguns momentos vislumbres de BLACK LABEL SOCIETY e CHROME DIVISION entre outros assim...
  O vocal de Mutley é rasgadão, mas grave, uma coisa bem tensa, a bateria direta e profunda, sem espaço para invencionices estapafúrdias e as linhas de guitarra são esmeradas e virtuosas sem ser chatas.
  Peso de sobra logo na primeira faixa ‘Last Great Hero’ que é cadenciada na medida para esmagar o que estiver pela frente.
  ‘Monochromatic’ vem com tudo, derrubando paredes e massacrando pescoços, impiedosa!
  ‘New Age Messiah’ parece que contem a mão de Zakk Wylde e que sua voz irá entrar a qualquer hora... Cascuda pra caramba e aí sim a bateria tá trampadona nos pratos, mas nada que comprometa a categoria do EP. O solo de guitarra chega a cortar o ar de tão pequeno e afiado!
  De brinde veio uma faixa marota ao vivo e acústica, bem classuda mesmo, coisa fina e com um singelo título de ‘Middle Finger Blues’, imagina a letra!



  

sexta-feira, 26 de junho de 2015

ARANDU ARAKUAA lança novo single e video clipe de 'Hêwaka Waktû'







  E a banda de Metal indígena ARANDU ARAKUAA acaba de lançar seu novo single/clipe 'Hêwaka Waktû' (Nuvem Negra no idioma Akwẽ Xerente), que precede o próximo disco Wdê Nnãkrda” (tronco de árvore na língua Akwẽ Xerente).

  A música foi composta quando o guitarrista Zândhio visitava amigos numa aldeia no estado do Tocantins.
  Parte do vídeo clip foi gravado no dia do índio na Aldeia Bananal (Santuário dos Pajés)-DF em um ritual de homenagem a um ano da morte de seu líder.
  Nessa música a banda faz uso da flauta Enawenê-nawê utilizada estritamente em rituais pelos Enawenê-nawê e alguns outros Povos do Xingu, dando a dica que o disco irá mais fundo na música e idiomas indígenas.
Wdê Nnãkrda” foi produzido, mixado e masterizado no Broadband Studio em Brasília por Caio Duarte (DYNAHEAD), e será lançado de forma independente no Brasil em agosto de 2015.
ARANDU ARAKUAA NAS REDES SOCIAIS:

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terça-feira, 23 de junho de 2015

70 ANOS DE RAUL SEIXAS


  Daqui 5 dias RAUL SEIXAS completaria 70 primaveras e eu não poderia deixar de homenageá-lo aqui na Toca, afinal, ele foi um dos dois pilares fundamentais da minha entrada de cabeça nessa vida de Rock And Roll. Obrigado Raulzito!


  Quando eu nasci, Raul dos Santos Seixas tinha a idade que tenho agora, 35 anos, já tinha uma carreira de mais de 6 anos como artista solo, grandes álbuns lançados, muita história pra contar e alguns hits nas paradas com o disco “Abre-te Sésamo”.
  Na minha casa sempre rolou muita música boa, Jovem Guarda, Rock And Roll, TIM MAIA e RAUL SEIXAS não estavam fora desse caldeirão de sons e ritmos.
  Meu pai era baiano, minha mãe alagoana e eu um caçula de 4 filhos, 3 homens e 1 mulher, ou seja, ambiente propício e eu absorvia tudo que vinha dos meus irmãos mais velhos e uma dessas era a cultura Raulseixista que andava em alta graças ao especial global "Plunct-Plact-Zum!" onde RAUL SEIXAS era destaque máximo com a anárquica 'Carimbador Maluco', a maneira pela qual ele conseguiu usar o sistema contra si mesmo, anarquizando as cabeçinhas das crianças. 

Adorava cantar bem alto ‘Capim Guiné’ acompanhando uma fita K7 de um dos meus irmãos no 3 em 1 Phillips da sala e quando meu irmão do meio encanou de decorar a letra de ‘Ouro de Tolo’ que ele a escreveu todinha no caderno no esquema play/pause/rew/play/pause ad infinitum... não teve jeito, decorei com ele.
  Ainda me lembro como se fosse ontem aquele fatídico dia no final do mês de agosto de 1989 quando anunciaram na Rádio que nosso Maluco tinha nos deixado, eu ouvia a FM junto com meu irmão no quarto e a notícia nos caiu feito uma bomba, perdemos um ente bem próximo naquela hora, eu tinha apenas 9 anos.
  Quando comecei a ‘andar com as próprias pernas’ financeiramente, comecei a consumir tudo que podia sobre Raulzito, de revistas e livrinhos que a Editora Sampa lançava nas bancas de jornal até livros de verdade de livrarias e as fitas K7, sim eram os tempos das fitas piratas, que meu salário de Office boy podia pagar.
Pedacinho do meu acervo.
  Me lembro que minha primeira camiseta preta de Rock foi uma do Raul que comprei com uma grana que meu irmão me deu num Natal qualquer.
  Passei minha adolescência devorando tudo que dizia respeito ao Raul e a sua filosofia de vida, Sociedade Alternativa, O Livro da Lei, menos os livros de Paulo Coelho, bem que tentei ler ‘O Alquimista’ aos 14 anos quando o encontrei na biblioteca da escola (sempre fui rato de banca de jornal e biblioteca), mas não rolou, não cheguei à metade do livro, mas reconheço seu valor na carreira de Raul, foi ele um componente muito importante na formação da personagem mística que Raul criou em volta de si mesmo, além das letras brilhantes que ‘Dom Paulete’ lhe forneceu.

  Enfim, ele faria 70 anos esse ano e não posso deixar passar batido, afinal 70% ou mais de tudo que aprendi sobre filosofia, anarquia, vida, religião e etc... foi com ele, até minha mãe gostava de ouvir suas músicas pela casa, e olha que a dona é ranzinza e religiosa. Certa vez falávamos sobre os conteúdos de suas letras e eu disse à ela que toda criança deveria ouvir Raul Seixas em seu dia a dia para se tornar um ser humano melhor e, pra minha surpresa, ela concordou... hehehehe
  De família cristã, quando criança fui forçado a fazer o tal catecismo, tardiamente mas fiz e anos depois percebi que aprendi mais sobre religiões com Raulzito do que no catecismo propriamente, afinal lá eu ia à contra gosto e não absorvia nadinha, já do Raul...

  Quando fiz 18 anos tinha que me desligar do escritório em que trabalhava exercendo a função de Office-Boy por questões de contrato de jovem aprendiz e tudo o mais. No dia da minha dispensa, meu patrão fez o filho dele que trabalhava conosco ir comprar um presente pra mim e eis que chega ele com uma camiseta branca do Raul Seixas com uma cartola e um baita charutão na boca, imagina minha alegria, afinal o filho do meu tal patrão que me emprestou sua fitinha do disco “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10” que eu há anos procurava e aquela estampa da camiseta era coincidentemente (se é que tal coisa exista) a mesma foto que estampava a capinha da minha primeira fitinha K7 pirateada que comprei numa feira livre...
  Nesse mesmo ano comecei a trabalhar como radialista e ali foi meu deleite, trabalhar numa emissora de Rádio FM com um arquivo enorme, ali encontrei muita coisa de Raulzito pra tocar e tocava viu, como eu tocava Raul naquela programação!
  Fiz alguns especiais sobre ele, muito elogiados devido ao montante de detalhes e informações e por não tocar sempre as mesmas canções. Bons anos aqueles em que FM ainda tinha uma programação respeitável e um público inteligente.

  Em 2009, devido aos 20 anos da passagem de Raul, a Virada Cultural de SP teve um palco especial chamado ‘Toca Raul’ onde passei várias horas vendo os vários artistas rememorando sua obra e o momento mais marcante foi quando ÂNGELO TAVARES e a BANDA KRIG-HÁ! tocava ‘Que Luz é Essa’ exatamente quando o sol começou a dar as caras por detrás do palco exatamente montado na clássica Estação da Luz, era muita luz pro momento, e ao meu lado um morador de rua, cabeludo e barbudão rodopiava seu cobertor ‘Paraíba’ no ar subindo e descendo ao ritmo nordestino da música que Raul gravou com Gilberto Gil na viola! É esse tipo de coisa que desperta a ‘nordestinidade’ que temos dentro de nós.


   Pois é, cada dia vejo que aprendi mais e mais com Raulzito ao longo dos anos, vejo uma citação histórica num documentário e já rememoro alguma canção dele, alguma citação religiosa num filme e opa! Raul de novo, alguma frase ou preceito de Anarquia e filosofia, tá ele lá na minha ‘cachola’ de novo e como diria Zeca Baleiro na letra/tributo de ‘Toca Raul’: “...Como é poderoso esse Raulzito 
Puxa vida esse cara é mesmo um mito...”


  As pessoas deveriam procurar entender melhor as mensagens que Raul deixou na terra, as mensagens que ele gravou ao lado de seus parceiros Paul Coelho, Marcelo Motta, Cláudio Roberto, Oscar Rasmussen, Kika Seixas e Marcelo Nova entre outros menos cotados. Leia nas entrelinhas.
  Enfim, é muita informação pra descrever, a importância deste senhor de agora 10.070 anos para a música, filosofia, psicologia, religiosidade e conteúdo da música realmente popular brasileira, é de uma dimensão sem fim. E eu só tenho a agradecê-lo por ter feito tanto por nós.

TOCA RAULLLLLLLLLLLLLLL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Raulzito e Marceleza na última turnê em 1989

Também de 1989 a última vez que Raul se encontrou com Dom Paulete.