sábado, 30 de novembro de 2013

CENTÚRIAS - A MÁQUINA NÃO VAI PARAR!


TOCA DO SHARK: Como se deu o retorno do CENTÚRIAS?
RICARDO RAVACHE: Em 2011 houve uma edição especial do 'Stay Heavy Metal Stars', do Programa Stay Heavy, com suas tradicionais jams, dessa vez com petardos do Metal Nacional. Fui convidado para tocar a música 'Massacre', do TAURUS. No decorrer do evento, quando rolou a música 'Metal Comando' do CENTÚRIAS, o Cachorrão foi convidado para subir no palco e dividir os vocais, absolutamente de improviso. Nisso, eu, o Paulão Thomaz e o Tadeu Dias, que fizemos parte da banda no passado, também subimos e ficamos agitando. Logo em seguida, o nosso amigo Ricardo Batalha não teve dúvida: chamou o Cachorrão na chincha e ordenou a volta da banda!
Nilton 'Cachorrão' Zanelli (v)


T.S.: É verdade que vocês foram ‘pedir a bênção’ do Paulão Thomaz (atual BARANGA e KAMBOJA)?
NILTON "CACHORRÃO" ZANELLI: O Paulão é o único fundador do CENTÚRIAS que esteve em todas as formações e, para que essa volta se concretizasse, tínhamos que conversar com ele para saber se gostaria de participar – em caso negativo, se permitiria o uso do nome. Ele disse que não seria possível participar por estar focado no BARANGA e agora também no KAMBOJA, mas não se opôs que déssemos sequência ao legado do CENTÚRIAS. É por isso brinco que o Paulão 'deu a benção' para essa volta. Foi uma questão de respeito mesmo.

T.S.: Falem um pouco sobre os músicos Roger Vilaplana (g) e Julio Príncipe (bt), de quais bandas eles vieram e como chegaram ao CENTÚRIAS?
CACHORRÃO: O Roger é nosso amigo dos anos 80, ele tocava guitarra no NOSTRADAMUS e sempre nos víamos no Rainbow Bar, lugar onde muitas bandas que fizeram parte da cena da época tocavam e trocavam ideias. Uma coincidência interessante é que ele tem participação na autoria em cinco faixas que foram gravadas posteriormente no álbum “Ninja” de 1988. O Julio também é nosso amigo de longa data e, além de ser um excelente baterista, está se mostrando um grande compositor. Outra coincidência é que ele tocou no FIREBOX após a saída do Paulão, ou seja, de certa forma está tudo em casa... (risos). Ele toca também no AGGRESSION TALES.
Julio Principe (bateria)

Roger Vilaplana (guitarra)
 T.S.: Sobre as canções novas – ‘Ruptura Necessária’ e ‘Sobreviver’ –, as letras continuam naquela mesma temática de lutar sem baixar guarda e seguir adiante sem olhar pra trás nem contabilizar as derrotas, o que é uma premissa na cena do Rock Pesado nacional. Conte-nos como foram desenvolvidas?
RAVACHE: A 'Ruptura Necessária' foi um caso de letra escrita sobre a música já pronta. Numa noite, há dez anos, eu brincava no teclado quando surgiu o tema inicial. Aquilo ficou na cabeça e, com o passar do tempo, foi tomando forma, mas alguma coisa me dizia que aqui 'dava samba' (risos).  Recentemente, quando chegou o momento de o CENTÚRIAS começar a criar material novo, foi natural que eu apresentasse a 'Ruptura...', porém não tinha letra. Bastou uma noite de insônia para que ela surgisse. Precisava de uma temática forte com palavras sérias e, além disso, a ideia era privilegiar a voz, que deveria soar, por vezes, incisiva e agressiva e por outras, melodiosa. 'Sobreviver' é criação do Julio Príncipe, nosso baterista, que se revelou um grande compositor! Ela também nasceu num teclado... Segue a linha da 'autoajuda', da palavra de ordem e ânimo, da energia e determinação que todos precisamos para ‘matar o leão diariamente’ – sem alusão ao Leão, nosso querido amigo e cunhado do próprio Julio (risos). O simples e genial refrão é obra do Cachorrão.

T.S.: No show do "Super Peso Brasil" vocês tocaram outra canção inédita que não saiu nesse novo EP "Rompendo o Silêncio", que era ‘Inúteis Palavras’. Por que não saiu nesse lançamento?
CACHORRÃO: A 'Inúteis Palavras' é uma música que gosto muito e foi gravada em 2009. Ela foi composta pelo Ravache e fará parte do documentário “Brasil Heavy Metal” que, apesar de muitos atrasos, deverá ser lançado no primeiro semestre de 2014. Para manter o ineditismo, ainda não foi divulgada sua versão de estúdio, a pedido do produtor desse projeto, mas já faz parte do set list atual do CENTÚRIAS.

 T.S.: Para quem acompanha a banda pelas redes sociais, nota-se que a demanda de shows da banda anda agitada, é isso mesmo, a cena do Heavy Metal em português está dando uma renascida?
RAVACHE: Sim. Temos nos apresentado com uma regularidade quase que surpreendente para nossa expectativa inicial, o que nos deixa muito felizes. A banda sempre teve uma atuação local. Após o 'Rompimento do Silêncio', nós pelo menos já saímos do estado (risos). Já tocamos no Rio de Janeiro a convite do METALMORPHOSE, com o STRESS e SALÁRIO MÍNIMO. Temos recebido sondagens para eventos em outros estados, com boas possibilidades de levarmos o Metal paulista pelo Brasil afora. Felizmente, a agenda está num ritmo bom de apresentações. Quanto ao Metal em português, só vejo público e bandas cada vez mais honrando e trabalhando em prol dessa causa. Acho isso sensacional!
CD novo e as famosas plaquinhas que são lançadas ao público!

T.S.: O que vocês têm a dizer sobre o show do "Super Peso Brasil" e de como se deu a escolha de André Góis (VODU, DESASTER) como convidado especial?
RAVACHE: O “Super Peso Brasil” ainda está sendo processado nas mentes de todos que participaram. Sucesso absoluto de público, numa casa com a tão merecida qualidade de som, um clima de absoluta amizade e confraternização, um dia extremamente agradável e shows matadores (perdoe a falta de modéstia) por parte de todas as bandas, com direito a fim apoteótico com todos os músicos em cima do palco. Todos saíram de lá na expectativa de não digo uma, mas várias continuações. Ficou provado que um evento de Heavy Metal cantado em português bem organizado chega a ser lucrativo para os organizadores. Foi descoberta a fórmula do sucesso! Quanto ao André Góis, não foi apenas um convidado especial, mas também um amigo especial de longa data, afinal de conta, VODU e CENTÚRIAS dividiam o palco no Espaço Mambembe lá por volta de 1987. Além disso, o André mostrou uma garra, segurança e domínio de palco impressionante. Esse menino mandou bem. Tem futuro (risos).

CENTÚRIAS com André Góis (VODU, DESASTER)
no show do "Super Peso Brasil"

André Góis e Cachorrão cantando os clássicos do "S.P. Metal I" (1984)

T.S.: O que podemos esperar do CENTÚRIAS para 2014?
CACHORRÃO: Muitos shows, novas composições e, se tudo der certo, um novo CD. O single “Rompendo o Silêncio” foi um exercício para saber como nos sairíamos em estúdio e pelas opiniões que recebemos as novas músicas estão tendo uma ótima aceitação. Isto nos deixa motivados para seguir em frente com mais força ainda e usando uma frase da 'Sobreviver': 'A máquina não vai parar...'.

Contato:
www.facebook.com/centuriasheavymetal
www.centurias.com.br

Shows e merchandising: contato@centurias.com.br


RESENHA:

“Rompendo o Silêncio” (2013 – EP)
FAIXAS:
1 – Ruptura Necessária/
2 – Sobreviver/

  E a poderosa força metálica dos anos 80 paulistana está de volta!
  Sim, o CENTÚRIAS, depois de longos 25 anos resolveram literalmente romper o silêncio e lançar este EP com 2 músicas (sim, eu sei que é beeeeem pouco, mas já é um ponta pé inicial), aliás, tratando-se de veteranos da cena, menos é mais e que belos futuros-hinos são essas 2 faixas.
  Com toda aquela aura oitentista de ‘Luta e Honra, Glória e Poder’ (como diz a letra de ‘Ruptura Necessária’), mas com a vantagem das gravações excelentes do século XXI e a experiência acumulada dos músicos, como por exemplo as linhas de baixo incrivelmente pesadas e elegantes de Ricardo Ravache ou dos vocais (mais) fortes e bem afinados de Nilton ‘Cachorrão’ Zanelli, aliados à bateria precisa e sustentadora de Júlio Príncipe e a guitarra áspera e cortante de Roger Vilaplana, esse EP é uma bela porta de entrada para novos fãs e um belo presente aos velhos fãs que se mantiveram fiéis e felizes com o retorno da banda.
  Que venha um álbum completo agora Centurianos!



Discografia oficial anos 80
FOTOS:  Brasil Music Press (http://www.brasilmusicpress.com), Ricardo Ferreira e Kubometal Fotografia Undergound (https://www.facebook.com/KUBOMETALFOTOGRAFIA?fref=ts).
Agradecimentos finais a Ricardo Batalha e todos membros da banda CENTÚRIAS por ter nos atendido tão bem e educadamente, Ricardo Ravache, Nilton Zanelli, Julio Príncipe e Roger Vilaplana.


Um comentário:

  1. Parabéns pela matéria, o Metal cantado em português voltou com força, e é muito bom que o Centúrias esteja na ativa!

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