domingo, 24 de novembro de 2013

22 anos sem ERIC CARR, o maior baterista que o KISS já teve!

  


  No dia 24 de Novembro de 1991 eu ainda tinha 11 anos, estava engatinhando no mundo do Rock and Roll mas já conhecia KISS e QUEEN, óbvio, as duas foram portas de entrada para uma geração inteira de fãs de Rock no Brasil dada a visita das duas bandas ao Brasil no começo da década de 80.
  Nesse exato dia 2 estrelas se apagaram aqui na Terra para se acenderem no Cosmo infinito do Hall da Fama eterna dos verdadeiros astros e artistas do Rock And Roll Mundial, Freddie Mercury e Eric Carr. “Eric quem?” Muitos estão se perguntando. Pois bem, lá vai:

Eric Carr e Freddie Mercury
  Paul Charles Caravello era um baterista de Soul e Black Music dos anos 70 que foi selecionado pelo KISS em 1980 para substituir o já decadente baterista original da banda, o inigualável Peter Criss que naquela época estava em situação crítica, entregue ao álcool e às drogas, uma lástima que se consertou com o tempo, mas bem, na época Paul tinha 30 anos e era de uma família musical, (assistam o documentário ‘Inside the Tale of the Fox’ de 2000) e assim sendo vinha há anos batalhando de banda em banda até que um amigo lhe sugeriu fazer o teste no KISS, banda que ele só conhecia de ouvir falar, mas foi selecionado por Gene Simmons e ganhou a 
personagem de Raposa por ser considerado ‘astuto feito uma raposa’, mas a maquiagem demorou pra sair, Paul Stanley desistiu e foi embora pra casa deixando Paul, agora com o pseudônimo de Eric Carr (afinal 2 Pauls numa banda daria confusão) à sós com o empresário da banda madrugada a dentro desenvolvendo a maquiagem que ele usaria na turnê do “Unmasked”, com o KISS que se iniciou em 25 de Julho de 1980. Já de cara sendo aprovado pela plateia que adorou seu jeito pesado de tocar.
  Gravando o disco “The Elder” com o KISS ninguém ficou sabendo de seu talento, tão pouco de sua existência, pois o disco não tinha fotos e foi um fracasso de vendas (vocês sabem disso) então ele ficou no anonimato até 1982 quando saiu o disco “Creatures of The Night” que trazia ele na capa do disco com a banda e sua bateria LÁ EM CIMA na mixagem. O clipe de ‘I Love it Loud’ literalmente hipnotizou uma geração inteira de bangers com sua batida militar e pegada Heavy Metal. A turnê de 10 anos da banda os trouxe ao Brasil pela primeira vez e todos se lembram do clipe da banda em todos os programas de TV e a música tocava até em rádios AM!

  Mesmo com toda a burrice da imprensa brasileira à época (que já tinha Vinnie Vincent no lugar de Ace Frehley), um dos destaques da transmissão do show deles na TV aberta nacional foi a bateria sobre um tanque de guerra (que era a arte do cartaz da turnê), de onde Eric fazia seu solo animalesco com direito até a tiros do próprio canhão do tanque!
  Detalhe, esse tipo de aparato já tinha sido usado em 1977/1978 pela banda brasileira MADE IN BRAZIL na turnê "Massacre" onde a banda tinha um tanque de guerra azul com estrelas brancas no palco onde a bateria ficava encaixada. Não estou querendo dizer nada com isso, só registrando novamente o pioneirismo brasileiro que foi abruptamente podado pela censura vigente na época.

Tanque/bateria usado na turnê de 10 anos da banda

  Pois bem, Eric passou a década de 80 todinha na banda, gravando ainda os discos “Killers” (coletânea com algumas canções inéditas, lançado em 1982, antes ainda de “Creatures...”), “Lick it Up” de 1983, “Animalize” de 1984, “Asylum” de 1985, “Crazy Nights” de 1987, a coletânea de regravações “Smashes, Thrashes & Hits” de 1988 (onde Eric foi forçado a regravar os vocais de ‘Beth’, eterno hino na voz de Peter Criss e que, segundo consta, quando Peter saiu da banda eles fizeram um acordo de cavalheiros de que a banda nunca mais tocaria ela sem ele na voz, mas hoje sabemos que de ‘cavalheiros’ Gene e Paul não tem nada) e “Hot in the Shade” de 1989 onde Eric teve sua primeira canção cantada num disco da banda, a faixa ‘Little Caesar’, além de vários vídeos.
  Seu último show com a banda fora em 09 de Novembro de 1990 no majestoso Madison Square Garden.

  Em 1991, pouco antes de começarem a gravação do que viria a ser o maravilhoso disco “Revenge” Eric foi diagnosticado com câncer no coração o que o afastou dos trabalhos com a banda, tendo sido suas últimas participações em algo assim os backing vocals da canção ‘God Gave Rock And Roll to You II’ para a trilha sonora do filme “Bill & Ted Bogus Journey” e o vídeo clipe para a mesma faixa, onde ele já usava peruca devido ao tratamento intensivo contra o câncer que o venceu levando-o no dia 24 de novembro de 1991, o mesmo dia em que a AIDS vencia a maior voz que o Hard Rock já ouviu, Freddie Mercury da contemporânea banda britânica QUEEN, o que ofuscou a notícia da morte de Eric na imprensa em geral, afinal morria FREDDIE MERCURY, não era qualquer um, mas nos corações dos verdadeiros fãs de Hard Rock aquela perda também foi sentida e em 1992 o KISS lança o disco “Revenge” (http://www.tocadoshark.blogspot.com.br/2012/05/20-anos-de-revenge-trilha-da-minha.html) com o novo baterista Eric Singer e aquela versão de ‘God Gave...’ com os backing vocals de Carr estava lá além de uma pequena vinheta final instrumental chamada ‘Carr Jam’ que terminava com um solo de bateria dele em fade out, nada mais era do que uma composição que Eric fizera com Ace Frehley lá nos idos dos 80’s (e que acabou virando a faixa ‘Breakout’ do disco solo de Ace “Frehley’s Comet” de 1987), com a pista de guitarra original substituída por uma de Bruce Kulick, esse que foi seu parceiro até os últimos minutos de vida.
  Até hoje o KISS é duramente criticado pelos fãs por não terem feito uma homenagem decente a quem tanto contribuiu para manter a banda em pé por uma década. Tanto é que a maquiagem dele é a única que não pertence à banda e sim à mãe de Eric Carr, por isso não vemos Gene explorando tanto a imagem de The Fox nos merchandising da banda.

  Ainda em 2000 sairia um álbum solo de Eric Carr chamado “Rockology” com 12 canções que ele fizera durante os anos de KISS (que nunca foram aproveitadas pela banda) e que foram finalmente finalizadas pelo seu companheiro no KISS Bruce Kulick que também produziu o disco e ajudou a família Caravello a lançá-lo no mercado. Já em 2011 em honra aos 20 anos de sua morte saiu o “Unfinished Business” de novo com o apoio de Bruce Kulick entre tantos outros músicos do Hard oitentista.


  Fica aqui registrada minha pequena homenagem a quem me fez entrar no mundo do ROCK AND ROLL através de suas batidas hipnóticas em ‘I Love it Loud’!

  Honra e Respeito à Eric Carr e sua família.


Cartaz promocional da Turnê de 10 anos com o tanque


Imagens retiradas da internet.

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