terça-feira, 2 de julho de 2013

BLACK SABBATH 35 ANOS DEPOIS - "13"




BANDA: BLACK SABBATH
DISCO: “13”
ANO: 2013
SELO: Vertigo/ Universal Music
FAIXAS:
1.    End of the Beginning/
2.    God Is Dead?/
3.    Loner/
4.    Zeitgeist/
5.    Age of Reason/
6.    Live Forever/
7.    Damaged Soul/
8.    Dear Father/
BÔNUS CD:
1.    Methademic/
2.    Peace of Mind/
3.    Pariah/

  Quando anunciaram a reunião do BLACK SABBATH original eu olhei tudo aquilo com desconfiança e desdém de um fã que há anos não via Ozzy com bons olhos. Notei ali um certo tom de oportunismo, afinal, Ronnie James DIO tinha falecido à pouco tempo dando fim ao HEAVEN & HELL e deixando Tony Iommy e Geezer Butler livres para Sharon Osbourne usá-los numa reunião lucrativa com Ozzy.
  Pois bem, mesmo assim, acompanhei de perto tudo que os cercou, como um bom fã de ROCK AND ROLL e HEAVY METAL faria. Chegado o tal 11/11/11 e a tal coletiva, tudo mil maravilhas e logo em seguida Bill Ward anuncia que não iria participar da reunião e todos sabiam já o motivo, grana e Sharon querendo pagar menos pra ele. Pô, o cara é 25% do BLACK SABBATH que todos queriam ver juntos, não seria justo ele receber como um empregado e ele com sua moral intacta saiu desta reunião que tomou ares de ‘mico do ano’. Passado tudo isso, Tony Iommy anuncia que estava tratando de um câncer, o que assustou todo o mundo metálico. E agora? Vai dar tempo de gravarem um disco inteiro antes de algo pior acontecer? Bill Ward voltaria atrás? Se não, quem será o baterista, Vinnie Appice? Tommy Clufetos? Carmine Appice? Muitas perguntas tomaram conta da web e agora, todas foram sanadas.
  Com o apoio de Brad Wilk (baterista do RAGE AGAINST THE MACHINE) o trio de Metal Ozzy, Tony e Geezer conseguiram sim completar um disco inteiro de composições com a cara do BLACK SABBATH depois de mais de 35 anos.

Anunciando a reunião ainda com Bill Ward

Já com Brad Wilk entre os senhores do Heavy Metal
  O disco que saiu recentemente no Brasil e no mundo todo sob o nome de “13” traz 8 faixas matadoras e soturnas, na versão dupla digipack temos mais 3 faixas indispensáveis no segundo CD.
  O disco começa com dois grandes questionamentos humanos como tema das canções, as já conhecidas faixas (que saíram antes do disco em si) ‘End of the Beginning’ e ‘God is Dead?’ tratam das perguntas que atolam nossas mentes e almas nos dias apocalípticos em que vivemos (na verdade, esse tema sempre existiu, desde o primeiro disco do BLACK SABBATH e continua atual), são instrumentais arrastados e bem angustiantes, o que permeia o disco e sinto neles heranças gritantes do que Iommy e Butler fizeram no “The Devil You Know” do HEAVEN & HELL em 2009, opinião de fã, claro.
  Neste disco temos ótimos temas que se destacam como as já citadas mas sempre iremos compará-las aos clássicos antigos, como por exemplo a entrada e levada de ‘Loner’ que me lembrou ‘N.I.B.’, ‘Zeitgeist’ que me trouxe aquele clima opaco e inebriante de ‘Planet Caravan’, incluindo aí os bongôs, temos também ‘Age of Reason’ que é pesadão e começa com a bateria, nesta hora me peguei pensando, como soariam os tambores de Bill Ward alí, já que os de Brad Wilk, apesar de precisos, me soaram um pouco burocráticos, mas isso caberia a Rick Rubin que foi o produtor e deveria ter dado um jeitinho né? Nada contra seu corretíssimo trabalho na produção do disco, mas ele poderia ter dado ‘um tapa’ na bateria para ela soar menos pasteurizada. Louvável mesmo é a sonoridade do baixo de Terrence Geezer Butler, letrista principal e baixista mais do que idolatrado na história da banda, ele fez jus à sua fama e continua nos fazendo pensar ‘Puta que pariu, como toca esse Geezer!’
Os vários formatos do álbum no mercado
  Temos ainda a acelerada ‘Live Forever’ e a longa e marcante ‘Damaged Soul’ onde Ozzy até nos brindou com um pouquinho da sua boa e velha harmônica.
  Fechando o disco normal, temos a maravilhosa e vezes cadenciada-vezes acelerada ‘Dear Father’, onde Ozzy dá o seu melhor e fecha o disco com aquele efeito sonoro onde tudo começou: o som da chuva torrencial  e do sino lá do primeiro e longínquo disco de 1970.
  Falar sobre os riffs de Iommy é ‘chover no molhado’ e, apesar de não encontrarmos sons acelerados e urgentes como ‘Hole in the Sky’ ou ‘Children of the Grave’ nesse disco (o que eu particularmente senti falta), é totalmente louvável ouvir do que Tony Iommy é capaz, mesmo combalido pelo pesado tratamento em combate ao câncer à que se submeteu durante essas gravações. Ele é o verdadeiro IRON MAN!
  Geezer, como eu mesmo já citei acima, está nos surpreendendo a cada faixa, faça um favor à si mesmo e ouça esse disco, seja ele em LP ou em CD (original, nada de MP3) num aparelho de som adequado e à todo volume. Não o faça em seu computador, com aquelas caixinhas fracas, senão você nunca entenderá do quê se trata esse novo disco do BLACK SABBATH.
  Brad Wilk foi correto em seu serviço, sem mais. E Ozzy Osbourne não tem mais aquela garganta dos anos 70 de ‘bruxa enlouquecida’, ele usa efeitos em sua voz e faz o que anda fazendo em sua carreira solo há alguns álbuns já, mas não compromete não.
  Senti falta de um encarte mais detalhado e com mais fotos, chega a ser vergonhoso ver que só tem 3 fotos nele. Poderíamos ter ali um belo livreto né?
  Agora, quem não comprar a versão dupla irá perder 3 ótimas e indispensáveis faixas (teoricamente claro, pois com a internet à nosso serviço, nada passa batido, mas eu sou antiquado mesmo e prefiro o formato físico, com encarte e tudo).

Confeccionando a impressionante capa de "13"
  ‘Methademic’ é tudo que eu esperei o disco todo, um som direto e com riffs ‘coceira’ de Iommy com Geezer fungando ali no cangote dele, a bateria também deu uma bela melhorada em seu andamento.
  ‘Peace of Mind’ tem uma levadona cadenciada digna da fase do SABBATH com DIO, você se pega até esperando entrar a voz dele e o baixo tá nervosão, rosnando alto! Brad Wilk dá uma enlouquecida de leve no meio da música e faz os tambores tremerem um pouco antes da canção mudar seu andamento para algo mais urgente.
  A última de verdade é ‘Pariah’, já pelo nome sabe-se que podemos esperar uma grande canção do BLACK SABBATH e é o que temos, só achei que Ozzy poderia cantar mais alto e louco do que em sua zona de conforto, onde ele ficou por quase todo o disco.

  Resumindo, esse disco veio cumprir o que se propôs a fazer, uma reunião do Ozzy com Iommy e Butler depois de 3 décadas. Sentimos muito a falta de Bill Ward aí neste disco e nesta turnê, mas nem tudo sai como queremos, é um prazer ouvir Iommy criando novos riffs marcantes e Butler nos surpreendeu o disco todo, só tenho uma coisa a dizer: Que venham mais discos do SABBATH pela frente e que desta vez seja com Bill Ward na bateria. Mas esse disco valeu muito cada centavo pago por ele.

Ozzy Osbourne, Tony Iommy e Geezer Butler

Capa do primeiro single 'God is Dead?'


Tocando durante um episódio da série de TV 'C.S.I.' para promover o novo álbum

Cartaz do show mais esperado do Brasil neste ano.

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