sábado, 7 de julho de 2012

SLASHER "Pray For The Dead"


  Devido à aproximação do evento "Pinhal Rock Music Festival 2012" a ser realizado em 11 de agosto próximo em Espírito Santo do Pinhal/SP com a participação do SLASHER (além de TORTURE SQUAD, SHADOWSIDE, SALÁRIO MÍNIMO, BARBÁRIA, HELLISH WAR, LOTHLÖRYEN, DESECRATED SPHERE, HALLOWED, WOLFPACK e FILARMÔNICA CARDEAL LEME) estou re-publicando uma resenha recente que fiz sobre o mais recente álbum do SLASHER no site do meu amigo Fernando Jr., o Rock On Stage (www.rockonstage.org). Em tempo, tanto a TOCA DO SHARK quanto o ROCK ON STAGE apóiam o "Pinhal Rock Music Festival 2012"! 
 

  Há muitos anos que acompanho de perto (ou de dentro) a cena Rocker da região da Baixa Mogiana ( Mogi-Guaçú, Mogi Mirim, Itapira, Aguaí, etc...) e em mais de uma década esta é a primeira banda que sinto que realmente é profissional e encara a dita cena underground com seriedade nesta região.
  Formada por um time que está junto desde o começo da década passada, mas que teve aí um intervalo nos trabalhos de uns bons anos desde a época em que respondiam pela alcunha de Manthus, o Slasher é formado por Daniel Macedo nos vocais, Alyson Taddei na bateria, Lucas Bagatella (responsável pelo encarte do cd) e Lúcio Nunes nas guitarras e Wellington Clemente no baixo  -  veterano das antigas e comumente conhecido como ‘Vomitão’ -  a banda chega agora ao seu debut, onde eles estão apresentando por completo o trabalho de qualidade que foi antecipado em 2009 na demo Broken Faith, já à época com muita qualidade. A produção é assinada por Ricardo Piccoli e os membros da  banda enquanto que a gravação e mixagem é um trabalho de Nivaldo Junior ( Boka ), Sylvio Scarpeline e Mayara Alves.

  Após a breve introdução instrumental de Skeptic, a banda vem com a faca nos dentes e o pé na porta com World’s Demise, uma faixa que transborda violência e Thrash Metal. Hate começa com uma linha de baixo que tem uma certa semelhança com o riff inicial de Eu Quero Ver o Oco! do saudoso Raimundos, mas isso é só um aparte que o seu amigo aqui pescou, nada que comprometa este grande som que descamba para um thrashão infernal, desenfreado e até meio insano, o que também pode ser notado na faixa seguinte que dá nome ao disco e também dá destaque ao batera Alyson Taddei que a cada beat prova ser um exímio baterista.
  Em Enemy Of Reality  Daniel vem com ‘sangue nos zóio’  bradando uma ode à liberdade própria. Já Till the End  começa diferente, lenta, densa e até melódica , mas dura poucos segundos até o ‘coro comer’ de novo. Linha de vocais limpas permeiam no refrão dando outro toque de diferença nela, de longe uma das mais intrincadas e difíceis do play.
  Broken Faith é um clássico da banda, que dava nome ao EP de 2009 e desde então vem sendo o cartão de visita da banda nos palcos. Um dos grandes destaques deste disco é a capa ( assinada pelo designer francês Stan W-D ) e a arte gráfica muito bem desenhada e caprichadíssima, o que espelha a dedicação da banda ao seu trabalho.
  A dupla de guitarristas Lucas e Lúcio também merecem os parabéns pelas composições e execuções perfeitas e dignas de nota. Já o baixista e compositor Wellington ‘Vomitão’ é uma lenda itapirense, multiinstrumentista já passou pela linha de frente de várias bandas aqui na região desde o fim dos anos 80, o que reflete na ficha técnica da banda, onde nota-se que ele participou da composição de 10 das 11 faixas do play, e seu talento culmina na penúltima faixa do disco, Tormento ou Paz, única faixa em português do disco, mostra as influências punks da banda resultando num puta Crossover de letra contundente e refrão cativante. O fim não poderia ser melhor, Time To Rise me lembrou um pouco de Venom dos discos Ressurrection e Metal Black na parte instrumental, mas é só a minha opinião. Em resumo, um disco nota 10.
Faixas:
01 - Skeptic
02 - World’s Demise
03 - Hate
04 - Pray For The Dead
05 - Enemy Of Reality
06 - ‘Till The End
07 - Broken Faith
08 - Lifeless
09 - Art Of War
10 - Tormento  Ou Paz
11 - Time To Rise

(texto originalmente publicado em www.rockonstage.org)


SALÁRIO MÍNIMO "Simplesmente Rock"


10 Faixas - Voice Music - 2010
    Corria o ano de 2002 e uma bela notícia pegou os verdadeiros headbangers brasileiros de surpresa, a banda Salário Mínimo estava de volta à ativa depois de mais de 10 anos parada. Legal, vários shows rolaram e o destaque da nova formação, além do vocalista e fundador China Lee, era o novo guitarrista Alan Flávio e todos nós esperávamos um novo disco que não vingou... até 2010 que foi quando a banda lançou seu terceiro trabalho ( contanto aí a mítica coletânea SP Metal e seu primeiro disco Beijo Fatal ), Simplesmente Rock  vem com uma formação totalmente nova que não conta mais com Alan Flávio em seu line-up, mas sim o guitarrista original Júnior Muzilli que também faz backing vocals ao lado do já citado China Lee nas vozes principais. Aliados a esta veterana dupla temos o guitarrista solo Daniel Beretta, o baixista Diego Lessa e o baterista da banda King Bird Marcelo ‘Koruja’ Ladwig ( que deixou o Salário Mínimo logo após o show na abertura do Twisted Sister em 2010 para dedicar-se somente ao King Bird ).

Beretta, Lessa, China, Muzilli e Ladwig

  Este time de primeira gravou um disco de rock de verdade que nos brinda com músicas fortes como Eu Não Quero Querer Mais e Homens Com Pedigree, ambas de autoria de Ricardo ‘Micka’ Michaelis ( ex-guitarrista da clássica banda santista Santuário ) que trabalhou ao lado de China na banda Naja quando o Salário Mínimo encerrou suas atividades em 1990 e atualmente é o produtor e mentor do DVD Brasil Heavy Metal que contará toda a trajetória desse estilo musical no Brasil sem distorções históricas e será lançado em meados de 2011, mas essa é outra matéria.
  O disco também tem grandes baladas como Ao Menos Em Sonho que tem um instrumental belíssimo e uma interpretação vocal de China Lee cheia de feeling! 2000 Anos é um hardão pesado e arrastado de letra emblemática de autoria do ex-guitarrista Alan Flávio. Sofrer  tem o mesmo andamento arrastado e denso que mais me lembrou as mezzo baladas da banda Exxótica na voz de Daniel Yasbeck. O astral sobe de novo em No Seu Mundo, um Hard/Heavy muito bem trampado que também me lembrou o Exxótica ( não que isso seja negativo, muito pelo contrário ) e a surpresa do disco vem logo em seguida com a regravação da clássica Delírio Estelar, hino fundamental do Hard/Heavy paulistano de autoria do guitarrista Júnior Muzilli que foi gravada no já histórico disco SP Metal  lá nos idos de 1984/1985 pela desbravadora loja/selo Baratos Afins que neste mesmo play juntou o que havia de melhor na cena da época e ao lado do Salário Mínimo vinham Avenger, Centúrias e Vírus.
Encartes do "Simplesmente Rock" e do "S.P. Metal" autografados
    Em resumo, este novo disco traz uma banda competentíssima que tem bagagem histórica e atitude de sobra para nos brindar com músicas excelentes por mais alguns bons anos. Com um sentimento que é um misto de orgulho/prazer/saudosismo eu chego a uma só conclusão no final da audição deste disco: Salário Mínimo é Simplesmente Rock de verdade, do bom e do melhor já nas melhores lojas do ramo ( como se dizia antigamente ) !


Faixas:
01 - Eu Não Quero Querer Mais
02 - Sofrer
03 - Homens Com Pedigree
04 - Sob Seus Pés
05 - Anjo
06 - 2000 Anos
07 - Voyeur
08 - No Seu Mundo
09 - Delírio Estelar
10 - Ao Menos em Sonho

(texto originalmente publicado em www.rockonstage.org)


"Simplesmente Rock!"

Fim de show na Virada Cultural de Sampa em 2012

com Junior Muzilli (guitarra)

Diego Lessa (baixo)
O lendário China Lee nos vocais!

Trio de cordas Daniel Beretta, Diego Lessa e Junior Muzilli

Barbaria "Under The Black Flag" (2011)


 Devido à aproximação do evento "Pinhal Rock Music Festival 2012" a ser realizado em 11 de agosto próximo em Espírito Santo do Pinhal/SP com a participação do BARBÁRIA (além de TORTURE SQUAD, SALÁRIO MÍNIMO, SLASHER, SHADOWSIDE, HELLISH WAR, LOTHLÖRYEN, DESECRATED SPHERE, HALLOWED, WOLFPACK e FILARMÔNICA CARDEAL LEME) estou re-publicando uma resenha recente que fiz sobre o mais recente álbum desta banda de Mogi Mirim/SP no site do meu amigo Fernando Jr., o Rock On Stage (www.rockonstage.org). 
  Em tempo, tanto a TOCA DO SHARK quanto o ROCK ON STAGE apóiam o "Pinhal Rock Music Festival 2012"!

Fernando, Marcelo, Draco e Carlos


  Esta é a banda Barbária, de Mogi Mirim, que anda fazendo muito barulho pela região nos últimos dois anos e agora chega ao seu primeiro trabalho autoral, Under The Black Flag que vem encharcado de uma temática pirata, muito explorada por bandas de Heavy Metal no Norte da Europa, uma realidade bem distante da nossa aqui no interior de São Paulo, Brasil. Isso só prova que eles realmente fizeram a lição de casa todinha.
  Com conhecimento de causa e boas técnicas em seus respectivos instrumentos, esse quarteto formado por Draco Louback ( vocais ), Fernando Piasecki ( bateria ), Marcelo Louback ( guitarra ) e Carlos Veraat ( baixo ), mostra que tem talento e personalidade de sobra pra figurar na cena por uns bons anos aí. O único porém fica à cargo da gravação, que prejudicou o som da bateria e da guitarra, que ficou um pouco apagada, mas isso é underground, gravado totalmente em um estúdio caseiro e é apenas o primeiro, outros virão em melhores condições, isso é certo.

  Lembranças de Grave Digger estão aqui e alí. Battle Tale é uma faixa predominantemente acústica de curta duração, que serviu para tirar o disco do 'lugar comum', detalhe muito válido aqui.
  A arte gráfica é digna de nota, só falhou em faltar um encarte com mais informações. Outra surpresa ficou à cargo de Barbaria's Tabern ( que é o nome do estúdio caseiro da banda ), meio Folk, meio Tuatha de Dannan, ela deu outra arejada entre as metálicas faixas deste play, que se encerra prematuramente com uma versão alternativa da terceira faixa, Legions Forgotten By The Gods. Muito bom mesmo e que a banda continue cruzando os mares do Metal Nacional!

(texto originalmente publicado em www.rockonstage.org)


Faixas:
01 - Sailing Through The Seas
02 - Under The Black Flag
03 - Legions Forgotten By The Gods
04 - Battle Tale
05 - The Flying Dutchman
06 - Barbaria's Tabern
07 - Legions Forgotten By The Gods  ( Bonus Live Studio Version )



SHADOWSIDE - "Inner Monster Out"



Devido à aproximação do evento "Pinhal Rock Music Festival 2012" a ser realizado em 11 de agosto próximo em Espírito Santo do Pinhal/SP com a participação do SHADOWSIDE (além de TORTURE SQUAD, SALÁRIO MÍNIMO,  SLASHER, BARBÁRIA, HELLISH WAR, LOTHLÖRYEN, DESECRATED SPHERE, HALLOWED, WOLFPACK e FILARMÔNICA CARDEAL LEME) estou re-publicando uma resenha recente que fiz sobre o mais recente álbum do SHADOWSIDE no site do meu amigo Fernando Jr., o Rock On Stage (www.rockonstage.org). Em tempo, tanto a TOCA DO SHARK quanto o ROCK ON STAGE apóiam o "Pinhal Rock Music Festival 2012"!
 Shadowside, grave bem este nome, será a marca do Heavy Metal Brasileiro no resto do mundo daqui para frente, o Angra e o Sepultura já cravaram seus nomes na história e agora é vez de renovação, pois o país não pode ficar só nisso, sim temos o Krisiun e o Torture Squad, mas eles são a representação mais extrema e o Shadowside vai 'raptar' um outro público para escutar o Metal BR. 
  Banda formada em 2001 e que hoje é formada por Raphael Mattos ( guitarra ), Ricardo Piccoli ( baixo ), Fabio Buitvidas ( bateria ) e Dani Nolden nos vocais, o que pode afastar alguns precipitados por dizerem ‘ah, banda com vocal feminino’, não é bem assim, Dani não é vocalista lírica estilo Tarja nem agressiva na linha Angela Gossow, ela é puro metalzão, mais na linha Doro Pesch, mas bem diferente, digamos que a voz de Dani Nolden é exclusiva dela, e que voz!


    Este disco novo Inner Monster Out, logo de cara, nos surpreende e nos prende pelo seu Metalzão trampado, com belas timbragens ( que passa por um pouco de Pantera e até Gemini Five ), muito bom gosto, peso e modernidade ( sem soar modernoso ), realmente um grande disco que chegou metendo o pé na porta do Metal Nacional e se você reclamar de algo aí tem algo de errado com a sua pessoa. 
  Destaques são impossíveis de citar, mas como toda boa resenha tem de se falar sobre alguma faixa em especial senão alguns leitores reclamam lá vai: "Gag Order", "In The Name Of Love", "My Disrupted Reality" ( com uma bateria de outro mundo tocada com muita maestria por Fabio Buitvidas, que já tocou com as bandas Acid Storm e Pastore ) e a faixa título que tem várias participações especiais, como Mikael Stanne ( DarkTranquillity ), Björn "Speed" Strid ( Soilwork ) e Niklas Isfeldt ( Dream Evil ). O disco fecharia com um pusta som na linha Pantera chamado Waste Of Life se não fosse o bônus que vem na versão brasileira, uma versão de um clássico do Rock em português dos anos 80, mas isso eu deixo para você descobrir e tirar suas próprias conclusões.
  Os temas das letras de Dani Nolden levantam reflexões sobre as mazelas da alma e mente humanas como distúrbios de personalidade, perversão, alucinações, esperança em situações extremas e escapismo, além de violência doméstica, DDA ( como já diz o nome de uma faixa ), timidez e afins, o que deixa o som mais obscuro, pesado, real e palpável. Resumindo, o Shadowside chegou ao seu terceiro trabalho com uma maturidade poucas vezes visto na cena brasileira e quando visto, ignorado foi, espero que desta vez seja diferente, afinal, estamos na segunda década do século XXI e não dá mais para gente ficar com aquele ‘complexo de vira-latas’  típico de brasileiro que acha que coisa boa só é o que vem de fora e que nada aqui presta. 
  Acorda Brasil!

(texto originalmente publicado em www.rockonstage.org)

Faixas: 
1. Gag Order
2. Angel With Horns
3. Habitchual
4. In The Name Of Love
5. Inner Monster Out ( com Björn "Speed" Strid, Mikael Stanne e  Niklas
 Isfeldt )
6. I'm Your Mind
7. My Disrupted Reality
8. A Smile Upon Death
9.
Whatever Our Fortune
10. A.D.D.
11. Waste Of Life