domingo, 30 de setembro de 2012

VOODOO SHYNE – “Satan’s Gonna Like It”





VOODOO SHYNE – “Satan’s Gonna Like It”
11 Faixas – Independente (2012)
FAIXAS:
1)      Satan’s Gonna Like it/
2)      Rise & Shine/
3)      Rock’n’Roll Proud/
4)      Ascending Down/
5)      Blow Your Fuse/
6)      Devil Overrated/
7)      Suspected/
8)      Lustful Women/
9)      Love Lobotomy/
10)   Occult Rock/
11)   Corpses from my Past/
  Eis que surge uma luz no horizonte Hard Rocker da região do interior de São Paulo conhecida como ‘Baixa Mogiana’! VOODOO SHYNE não é uma banda e sim um projeto solo do vocalista e baixista Voodoo Shyne de Jaguariúna/SP que chega agora com um disco full-lenght, “Satan’s Gonna Like It” que, segundo o próprio, o título serviu de ‘chamariz’ para as velhinhas religiosas de sua cidade arrancar todos os cartazes do seu show de lançamento em sua cidade natal.
  O disco escancara todas as suas notadas influências de Hardão setentista (leia-se ALICE COOPER, KISS, MOTÖRHEAD, THIN LIZZY...) e eu ai acrescento um toque da nova safra de Hard Rock que surgiu no norte da Europa no começo da década de 2000.
  Gravado pelos músicos Estevan Sinkovitz (guitarra), Caio Lopes (bateria) e Hugo Bertolaccini (teclados), além de Voodoo (vocais e baixo), o disco foi produzido por Voodoo e Estevan, mixado pelo KORZUS Heros Trench no já famoso estúdio Mr. Som de São Paulo e masterizado na Nova Zelândia por Andrew Davenport, o disco conta com faixas poderosas como ‘Rock’n’Roll Proud’, ‘Devil Overrated’ e ‘Rise & Shine’. Em ‘Ascending Down’ temos um clima ótimo que lembra as faixas mais estradeiras do HELLACOPTERS. Em ‘Blow Your Fuse’ contamos com um climão denso e um belo baixo rebuscado, mostrando que Voodoo sabe o que está fazendo, o mesmo pode se dizer da já citada ‘Devil Overrated’ que meio que começa emendada na anterior.
  Em alguns momentos você sente um ‘Q’ de THE DARKNESS sem aqueles vocais exagerados em falsete, como em ‘Suspected’.
  Vale destacar o trabalho de cordas do disco, as linhas de guitarra e baixo em vários momentos casam como se fossem guitarras gêmeas, mas com timbragens bem diferentes, o que se faz notar o trabalho esmerado de ambos instrumentistas.
  A voz de Voodoo é outro ponto a ser ressaltado, pois, não é excepcional, não é virtuosa nem de outro mundo, mas é super adequada ao que se propõe o som do artista. Cabe como uma luva no estilo de som e é tão confortável como um travesseiro sonoro, sem ser simplista em demasia ou chata.


  Como nem tudo são flores, devo ressaltar que faltou um certo peso na gravação, arrisco até a dizer que a produção deixou algo escapar no feeling da banda deixando, por assim dizer, o som um pouco normal demais em alguns momentos, onde casaria muitíssimo bem uma bela guitarra pesada com pegada única como visto ao vivo nos shows da banda, senti isso em algumas músicas, como ‘Lustful Women’, uma ótima música que tem um baixo incrível que me lembrou o talentosíssimo GLENN HUGHES, uma pena mesmo, poderia explodir em nossos ouvidos se não fosse esse ‘senão’.

  ‘Occut Rock’ me lembrou alguma coisa que não consegui traduzir em palavras, mas que destacou seu lado ambíguo, glam mesmo, com baixo bem trabalhado e voz com ótima impostação e dicção digna de nota.
  A última faixa do disco ‘Corpses from my Past’ veio na mesma linha da anterior e deixou um selo de qualidade irrefutável estampado em sua mente, provando que o artista está sabendo muito bem o que esta fazendo e deixando no ar aquela velha pergunta: “Voodoo Shyne será mais um artista de nível elevado que faz um Hardão tipo exportação que ficará pelo meio do caminho? Ou ele realmente conseguirá provar ao mundo que o Brasil não é só Thrash/Death Metal?”









sábado, 22 de setembro de 2012

“VIPER em Itapira: Uma Noite de Celebração, Descontração e Muita Diversão!”



André Matos (careteiro)
   Corria o dia 15 de Setembro de 2012 e eu, como em outras incontáveis vezes peguei o rumo da cidade de Itapira/SP para curtir mais uma edição da Festa Rock, tradicional Show de Rock And Roll que acontece nesta cidade do interior paulista desde os idos de 2000, capitaneada pelo batalhador Leandro Sartori e sua equipe de amigos e colaboradores indiretos, que nesta edição (que nem sei mais em que número está de tantas que rolaram até hoje) trouxe uma das mais lendárias bandas do Heavy Metal Brasileiro à cidade, o VIPER, que anda rodando o país com sua turnê comemorativa dos 25 anos do primeiro disco “Soldiers of Sunrise” e trazendo na sua linha de frente o hoje mundialmente respeitado vocalista e Maestro André Matos que gravou os dois primeiros discos da banda lá nos idos de 87/89 para depois alçar voos mais altos com o ANGRA, SHAMAN, VIRGO, SYMFONIA e outros tantos projetos musicais, além de sua atual carreira solo, que também conta com o atual guitarrista do VIPER, Hugo Mariutti que o acompanha desde o SHAMAN. Completam o line-up do VIPER, os originais Felipe Machado (na guitarra) o ‘personagem principal’ Pit Passarel (baixo e vocais) e o baterista que tocou com a banda em algumas determinadas épocas através dos anos Guilherme Martin (que também fez história com a banda TOYSHOP ex PARTY UP).
Hugo Mariutti atendendo aos fãs

Pit totalmente à vontade com os fãs


KONDENIUS

  Lá pelas 21 horas, horário previsto para abertura da casa, no caso a ex-discoteca Santa Fé em Itapira/SP, uma legião de headbangers paulistas e mineiros cercavam o local do evento que abriu sua porta lá pelas 22 horas quando a banda itapirense KONDENIUS formada por Betão (baixo), Orê (bateria), Maicon (guitarra) e o performático vocalista Kriko trouxe ao público seu Heavy Metal cantado em português com letras muito originais permeadas por covers como “The Last in Line” do DIO. Destaque para suas canções próprias “Império do Mal” e “Reinado do Fogo” que encerrou sua apresentação com muita gente cantando as letras a plenos pulmões!   

KONDENIUS
  Na sequência veio a banda cover do BLACK SABBATH, BLOODY SABBATH que só serviu pra entreter o pessoal num nível óbvio, pois clássicos como ‘Children of the Grave’ e ‘Sympton of the Universe’ agitam até defunto, mas, nada demais, uma boa banda liderada por uma caricatura bem feita do Ozzy e nada além. Ponto negativo pra pasta de letras que ele usava pra ler as letras das músicas, inadmissível pra um vocalista que se preze se apresentar com tal artifício. É só a minha opinião.

BLOODY SABBATH
  A surpresa da noite veio mesmo com a banda seguinte, VOODOO SHYNE, na verdade um projeto solo do vocalista/baixista de mesmo nome natural da cidade de Jaguariúna/SP que acaba de lançar seu novo CD “Satan’s Gonna Like it” calcado no Hardão, seco, cru e objetivo, numa escola que permeia um terreno que tem GOTHARD, HELLACOPTERS e ALICE COOPER numa dosagem ideal, coberta por muita originalidade e talento próprio. Arrisco destacar ‘Rock And Roll Proud’ (a melhor do disco novo), ‘Things of the Devil’ (que ele aproveitou pra contar o fato de ter sido execrado pelas ‘velhinhas cristãs’ de Jaguariúna que arrancaram seus cartaz da cidade na ocasião do show de lançamento do CD) e os impensáveis covers para “I’m Eighteen’ da ‘tia’ ALICE COOPER e ‘The Chase is Better Than the Catch’ do MOTÖRHEAD que ele dedicou a um certo elemento na plateia que insistia em pedir pra ele tocar IRON MAIDEN, hilário e muito bem vinda a piada!

VOODOO SHYNE
  Ao final do show fui garantir meu CD (em breve resenha deste CD arrebatador) e minha camiseta da banda, além de conhecer pessoalmente o artista VOODOO SHYNE que estava acompanhado por uma competente banda que tinha como destaque o baterista Daniel Person da também conceituada banda HELLISH WAR de Campinas/SP!

Daniel Person (VOODOO SHYNE/HELLISH WAR)
  Após essa aula de Hard Rock era hora de reverencia os pioneiros do Heavy Metal, mas não sem antes uma grande e merecida pausa, pois o local do show era uma espécie de porão que foi adequada como danceteria no passado e tinha um teto baixo e pouca ventilação, além de um palco sofrivelmente pequeno, deixando todos os que não conheciam o local (como eu) boquiabertos assim que chegávamos lá, portanto nas trocas de banda todo mundo saia pra ‘pracinha’ que tinha na entrada pra dar uma respirada, conferir os merchandising das bandas nas barraquinhas lá presentes e até socializar com os velhos e novos amigos(as). Foi nessa hora que fui também conhecer o Voodoo Shyne, sua banda e a ‘guardiã do camarim’ Vanessa Freitas que fez um excelente trabalho e foi muito solícita para com a imprensa especializada presente, facilitando nosso trabalho que sempre é atravessado por seguranças trogloditas e porteiros desinformados, mas desta vez não foi o caso. Mais um ponto positivo da Festa Rock que sempre tem uma equipe de primeira que VIVE a cena!

VOODOO SHYNE
  Após uma longa, mas não maçante espera, eis que surge em meio ao público a banda VIPER sendo levada ao palco pelos seus roadies. Eram 2h10m e a banda começa a subir no palco, quando surge um Pit Passarel altamente ‘alterado’ pelo grande teor alcoólico em seu sangue, o que incomodou grande parte do público e deixou todo o restante apreensivo. O pessoal já estava preocupado com o fato da fama do André ser de um nível mundial e que talvez ele não admitisse tocar num palco tão pequeno, daí essa preocupação se duplicou devido ao estado alterado do Pit, mas após algumas músicas o que se viu foi uma prova de que toda aquela preocupação do público era em vão. André se mostrou o grande artista que sempre foi aliado a uma humildade sem tamanho e Pit, mesmo alcoolizado em demasia provou por A+B que ele É O VIPER! E a banda toda confirmou que não é apenas mais uma grande banda de Heavy Metal que alcançou o mundo 2 décadas atrás, provou que eles são UMA FAMÍLIA DE VERDADE (à despeito do fato do irmão do Pit, Yves Passarel que montou a banda com ele, se encontrar fora da banda hoje em dia, atuando no CAPITAL INICIAL desde 2002). 
VIPER=Hugo (g), André (bx), Guilherme (bt), Pit (v) e Felipe (g), What?
  A certa altura da festa Pit apresentando a banda, falou “...meu irmão Yves não está mais entre nós, mas eu tenho outro irmão, Hugo Mariutti...”, mas, voltando ao show que trouxe os dois primeiros discos na íntegra, começaram com a mais do que clássica ‘Knights of Destruction’, totalmente ovacionada pelo público que cantou todas sem parar de bater-cabeça um minuto só! Antes da terceira faixa ‘The Whipper’, André aproveitou para falar que “...antes de vocês nascerem nós escrevemos uma canção chamada...’The Whipper’...” tirando lágrimas dos olhos de muitos presentes, alguns portando em suas mãos capas dos dois primeiros discos em formato LP, o que desencadeou um momento peculiar durante o show, quando um fã, mais próximo do palco mostrou a capa do “Soldiers of Sunrise” que foi prontamente capturado pelas mãos de André que o ergueu emocionado e impressionado dizendo : “...ele ainda tem nosso primeiro disco e é em VINIL! Isso é muito importante e nós certamente iremos autografar no final do show!...”

André Matos (com seu primeiro vinil em mãos)

  André, por várias vezes, numa demonstração de total amizade e humildade, cedeu o centro do palco para seus amigos de infância, Felipe Machado e Pit Passarel, como por exemplo na faixa ‘H.R.’ que no meio da música ele arrancou o contrabaixo de Pit e foi pro fundo do palco tocá-lo deixando o pedestal e o microfone sem fio principal nas mãos do grande Pit Passarel para que ele a cantasse até o final. No meio do show alguém resolveu gritar que Pit estava ‘muito louco’ e foi prontamente corrigido por André que declarou a todos que “...esta mente aqui (apontando para Pit) é mais sã do que todas as outras presentes aqui esta noite...” e chamando Pit Passarel de “...uma Princesa do Inferno encarnada no corpo de um anjo...” anuncia a próxima faixa ‘Killera (Princess of Hell)’.
  Agora uma pausa de uns 15 minutos, onde, enquanto abanda recuperava o fôlego no camarim, o público assistia algumas passagens do DVD biográfico “20 Years Living For the Night” onde a banda narrava a formação da banda e a entrada de cada integrante, passando pelo fatídico show onde eles quase incendiaram o Teatro Rio Branco (de um dos colégios mais respeitados de São Paulo) durante um show. Logo em seguida a banda retorna para a segunda parte do show, calcado no set list do segundo play “Theatre of Fate” lançado em 1989 e que foi o último com os vocais de André que na época saiu da banda para se aprofundar nos estudos da Música primeiro na Faculdade de Artes Santa Marcelina onde no último ano transferiu-se para a Faculdade de Artes Alcântara Machado e culminando na USP para canto lírico, o que lhe rendeu o título de Maestro.

Pit, André e Felipe (VIPER)

VIPER em ação!
  Voltando ao show, destaco as clássicas ‘To Live Again’  e ‘A Cry From the Edge’ e no intervalo entre as duas André prestou sua homenagem à cidade de Itapira, citando que já tinha tocando antes ali em companhia do guitarrista Hugo Mariutti com quem compôs uma música em tributo à Itapira, a única cidade do Brasil, que não era capital de estado que estava recebendo o VIPER nesta etapa da turnê, criando uma canção chamada ‘Itapira-Pira’, tosca mas divertida, o que mostra a gratidão deles para com a público da região da Baixa-Mogiana, como ele mesmo citou.



  Eis que lá pelas tantas chegou o momento mais emocionante da noite, a banda executava o hino ‘Living For the Night’ e em meio a improvisos Pit manda entrar no palco o presente de André Matos que no dia anterior completou 41 anos de idade, quando o roadie sobe ao palco e entrega um bolo nas mãos de Felipe Machado com as velinhas 4 e 1 que quase jogaram na cara de André que prontamente pegou o bolo enquanto o público cantava o ‘Parabéns pra Você’ e tratou de inverter os números das velinhas, configurando que tinha 14 anos, a idade que ele tinha quando montou a banda com Pit e Felipe (ali presentes).

Felipe presentando André

o Bolo de '14' anos
  Após as bagunças e clássicos restantes, André se retira do palco para que a banda execute sem ele o hino ‘Evolution’ do disco de mesmo nome que foi o primeiro a ser gravado sem a sua presença, mesmo com um Pit borracho cantando, ainda sim foi emocionante e logo em seguida André retornou ao palco e pegou o microfone de volta para executar aquele que provavelmente é o hino mais popular do VIPER, que também foi gravado sem ele no disco “Evolution” de 1992, estou falando da enérgica ‘Rebel Maniac’ e todos 
"E-VO-LU-TION!" VIPER Sem André
pensaram que fosse o fim do show, que já batia nas 2h e 15m de duração quando Guilherme Martin emendou nos tambores ‘We Will Rock You’, hino indubitável da história do ROCK AND ROLL gravado pelo QUEEN em 1977 e regravado pelo VIPER em 92 também, aí sim, depois de mais de 2 horas e 20 de Heavy Metal, Festa, Diversão, Piadas, Bagunça generalizada, a banda encerrava mais uma edição da Festa Rock de Itapira deixando os reais fãs de alma lavada, mas não sem antes atenderem os fãs mais die-hard que aguardaram ansiosamente a banda atendê-los, o que levou mais uma hora.
  Felipe foi o primeiro que saiu do camarim e logo voltou para buscar os outros que um a um foram saindo para atender os fãs. Na sequencia vieram Hugo Mariutti ainda meio que passando mal, devido ao calor seguido por Guilherme Martin, bem disposto e sorridente, trajando uma camiseta do BLACK FLAG autografou meu CD do TOYSHOP e declarou que a banda era seu xodó e adorava quando alguém trazia o CD “Party Up” para ele autografar!

Felipe Machado atendendo aos fãs primeiro.

Felipe Machado e eu.
  Logo sai a lenda viva Pit Passarel que prontamente senta no chão e começa a conversar e agradecer todos os fãs presentes, além de mais uma hora de brincadeiras e piadas com todos, como quando ele começa a cantar ‘Angel’ do AEROSMITH sentado no chão junto a uma fã, típica cena de ‘fim-de-noite’ mesmo, muito bom! Quando todo mundo achava que André não apareceria mais, eis que ele sai do camarim, dá alguns raros sorrisos e se mantém educado com todos os fãs atendendo um a um e fazendo caretas para as fotos numa típica tiração de sarro com os artistas de Metal que só tiram fotos de cara fechada. Ponto baixo para o agente da banda que não deixava ninguém conversar direito com André e Hugo, os outros 3 andavam soltos na área.

Família VIPER!
  Eram 5h30m e nós deixamos o recinto agradecendo pessoalmente ao Pinna’s do Megaphone Tabloid (http://portalmegaphone.com.br/press/) e ao casal Joyce e Leandro Sartori (organizadores da FESTA ROCK ITAPIRA  http://www.facebook.com/festarock.itapira?ref=ts) pela recepção super educada e sempre divertida e por mais uma grande noite de boa música e boas vibrações em Itapira Rock City. Que venham mais e mais noites memoráveis como essa!
   .

Resultado do fim de Festa!
ALEXANDRE-WILDSHARK.


KONDENIUS

BLOODY SABBATH

Kriko do KONDENIUS e eu.



VOODOO SHYNE
VOODOO SHYNE

WILD SHARK e VOODOO SHYNE








  




    




Felipe Machado

Guilherme Martin

Hugo Mariutti







Guilherme Martin

A lenda Pit Passarel