quarta-feira, 22 de agosto de 2012

PINHAL MUSIC ROCK FESTIVAL: TRETAS, HEAVY METAL E CAMISAS PRETAS!






 2012 é um ano Cabalístico que vem sendo observado e vigiado a cada detalhe por causa da Profecia do calendário Maia, aos olhos dos cristãos nesse ano o Mundo acaba, rola o Apocalípse, um período que, segundo a Bíblia, irá desencadear muitas coisas estranhas e tragédias.
  No cenário do ROCK AND ROLL uma das grandes tragédias deste ano está no fato dos Festivais do estilo estarem em franca derrocada. O primeiro exemplo disso tudo (e mais lamentável também) foi o triste episódio do Metal Open Air, nada mais a dizer sobre o assunto. A segunda triste notícia foi o fato deste ano não rolar o tão aguardado S.W.U. por motivos ainda mal explicados, logo em seguida ficamos sabendo que no maravilhoso Wacken Open Air desse ano ter ocorrido uma morte por asfixia, triste, muito triste. Mas agora os problemas estão migrando pros Festivais menores, do chamado Underground, como foi o caso do nosso tão aguardado “Pinhal Rock Music Festival”, festival esse que foi muito divulgado na região da ‘baixa-mogiana’ paulista e do sul-mineiro causando grande expectativa nos Headbangers dessa região toda. O festival tinha tudo pra dar certo e se tornar épico, histórico, mas teve vários problemas que aqui serão listados: Com um cast que trazia 12 nomes, faltando uma semana um dos grandes nomes cancelou, no caso o CLAUSTROFOBIA que por motivos ainda não bem esclarecidos não participou do evento decepcionando muitos fãs presentes no evento. Prontamente substituído pela banda LOVE GUN KISS-COVER da região, mas precisamente da cidade de Itapira e com integrantes de São Paulo, o cast seguiu com 12 nomes, as bandas da cidade BANDA FILARMÔNICA CARDEAL LEME, WOLFPACK e HALLOWED, a mogimiriana BARBÁRIA, a guaçuana DESECRATED SPHERE, a itapirense SLASHER, a campineira HELLISH WAR, a lenda paulistana SALÁRIO MÍNIMO, a revelação santista SHADOWSIDE, os mineiros de Poços de Caldas LOTHLÖRYEN, os monstros paulistanos do TORTURE SQUAD e a já citada banda cover do KISS de Itapira LOVE GUN.

DESECRATED SPHERE com amigo Marcos Cesar do Rock On Stage
  Previsto para começar às 14hs do dia 11 de Agosto de 2012, eu não pude chegar lá à tempo de pegar o evento desde o começo, chegando por lá aproximadamente 19hs me deparei com a banda BARBÁRIA no palco, o que me causou certa estranheza pois a tal banda estava prevista para tocar as 17hs. Buscando informações, fiquei sabendo do primeiro e maior problema do evento, o que desencadearia uma tsunami de tretas e disse-me-disses. A empresa de Som contratada pela Secretaria de Cultura da cidade (que apoiou o evento, afinal estamos em ano eleitoral) era para ter chegado por volta das 10hs da manhã e só apareceu ao meio-dia e levou umas 3 horas para montar tudo atrasando o evento e muito. A banda SHADOWSIDE se encontrava no recinto desde cedo para montar seus equipamentos e passarem o som de maneira adequada, o que levou mais aproximadamente uma hora, deixando inclusive sua bateria aposta no fundo do palco de dimensões reduzidas.
  Com todo esse atraso a organização do evento resolveu que todas as bandas deveriam reduzir seu tempo de palco para que todas as bandas pudessem tocar, o que causou mais insatisfação entre todos os envolvidos.

WOLFPACK

  Entre os shows do SLASHER (que apresentou o novo vocalista Skeeter) e o DESECRATED SPHERE os ânimos entre as demais bandas começaram a se alterar devido ao atraso e ao posicionamento da bateria do SHADOWSIDE no palco, pois as outras bandas teriam de montar sua bateria e se virar no espaço reduzido de palco, além de um certo problema com retorno de palco que não entendi bem.
  Sei que após o DESECRATED SPHERE seria a vez do HELLISH WAR que precisou de quase uma hora pra montar seu equipamento para enfim tocarem apresentando sua nova vocalista Thalita e quando após a segunda música o guitarrista Vulcano resolveu pedir desculpas no microfone pelo atraso alegando problemas não resolvidos pela (des)organização eis que o som de seu microfone foi sumiu, estranho, muito estranho e feio até. Mas vamos nos ater um pouco ao lado artístico do evento.
  Do que eu vi, a estrutura da casa e do evento estava muito boa sim, com uma área exclusiva para os stands de merchandising das bandas, ao lado do bar, num mezanino à direita do palco, sendo que no outro mezanino à esquerda ficava o Camarote Open Bar (que deveria ter mesa de frios conforme anunciado, mas que ninguém viu).
Marcelo (BARBÁRIA)

BARBÁRIA


  Das bandas que vi, o BARBÁRIA fez um show cativante e muito atrativo com seu ‘Pirate-Metal’, mesclaram seus sons como ‘Under the Black Flag’ com versões fortes de clássicos metálicos como ‘Under Jolly Roger’ do RUNNING WILD. O SLASHER mostrou ao público seu novo vocalista Skeeter que dividiu opiniões no público e vai levar um certo tempo pra cativar os ouvidos acostumados aos urros de Daniel, ex-vocalista da banda.
SLASHER
  Seguidos pelo DESECRATED SPHERE com um Death Metal poderoso que detonou tímpanos com seus sons executados com maestria e conhecimento de causa pelos membros da banda que estão com fogo nas ventar pra conquistar cada vez mais fãs.
  Após o DESECRATED SPHERE chega a vez do HELLISH WAR, os resultados negativos de tantos atrasos começaram a dar as caras, com o problema que a banda teve para montar seus equipamentos perdendo assim, mais ou menos 1 hora, deixando todo mundo insatisfeito e os músicos das bandas que tocariam depois com os nervos à flor da pele. Mas estava bem claro para todos que o HELLISH WAR não tinha culpa nenhuma nisso.
  Resolvido os problemas de som o HELLISH WAR sobe ao palco com a faca nos dentes para apresentar a nova vocalista Thalita para todo seu público. Tocaram por cerca de 1 hora ou um pouco menos onde desfilaram seus clássicos e também despertaram certa estranheza e até ceticismo em parte do público presente que conhecia a banda à anos e estava acostumada aos vocais masculinos e perfeitos de Roger Hammer, mas pelo menos eu vou dar um voto de confiança e esperar o novo CD da banda que está bem adiantado já e em breve estará em nossas mãos e ouvidos. (Nota: A vocalista peca muito por imitar Doro Pesch em seus trejeitos no palco, mas isso pode ser resolvido com a estrada).

HELLISH WAR
  Após o HELLISH WAR com sua Thalita era a vez da banda santista SHADOWSIDE com sua vocalista Dani Nolden continuar o evento no mesmo clima de Metal Classudo feito por marmanjos e com uma dama de voz poderosa à frente, o que eu acho muito legal, pois, nos últimos 10 ou 12 anos acostumou-se a ver uma banda com mulher no vocal como algo chato e maçante graças às milhares de vocalistas líricas que se envolveram com o estilo de som pesado que tantos amamos, mas nos 2 casos aqui citados é bem diferente, pois as damas ai em questão são raçudas e cantam com garra, garganta e feeling sem deixar o poder metálico de lado!

Vulcano (HELLISH WAR)
  Problemas e mais problemas corriam nos bastidores enquanto o SHADOWSIDE tocava seu repertório que à princípio seria de uma hora e meia mas à pedido da organização e devido à todo aquele já citado problema com atrasos, tiveram que cortar músicas de seu set, diminuindo o show para uma hora, enquanto as demais bandas tocaram por cerca de 40 minutos cada uma. Sei que a insatisfação nos bastidores era grande e palpável no ar devido ao tratamento diferenciado oferecido ao grupo santista, o que foi prontamente explicado após o evento em Nota Aberta na internet pela própria banda, concluindo os bate-bocas com a simples explicação que tudo que foi tratado entre o SHADOWSIDE  e a organização do evento estavam enumerados em itens e cláusulas do contrato assinado por ambos os lados, o que não me cabe julgar e sim relatar. Ouve tentativa até de corte do som da banda diretamente na mesa de som durante seu show, ameaças de invasão de palco e tudo o mais, mas, entre ‘atrasados e lesados’, todos saíram vivos.


Dani Nolden (SHADOWSIDE)
  Com o pé na porta, sangue nos olhos, faca nos dentes e guitarras nas mãos a mais Veterana e Headbanger banda da noite, o SALÁRIO MÍNIMO, sobe ao palco com o público na mão, pois, mesmo os que não a conheciam ficaram curiosos e se aproximaram do palco para ver como a banda se saía sendo a única a cantar em português no festival todo e pela fama de Veterana que carrega.

público do SALÁRIO MÍNIMO
  Com um show só de clássicos dos anos 80 eles abriram o show com ‘Beijo Fatal’ do disco de mesmo nome de 1987 e ‘Delírio Estelar’ do mais do que clássico “S.P. Metal 1” de 1984 fazendo muita gente ir às lágrimas e tantos outros a bangear como se não houvesse amanhã!
China Lee e Daniel Beretta (SALÁRIO MÍNIMO)

Júnior Muzilli e fã nas guitarras (SALÁRIO MÍNIMO)
  Como todas as outras bandas, eles também foram prejudicadas pelos infindáveis atrasos e tiveram que limar algumas músicas, optando pelas mais recentes, fazendo assim com que nenhuma música do  disco mais recente “Simplesmente Rock” de 2010 fosse executada, como ‘Sofrer’ , ‘Anjo’ e ‘Eu Não Quero Querer Mais’ que estavam previstas no set-list mas foram limadas para os fãs não ficarem sem hinos como ‘Noite de Rock’ ao qual o carismático vocalista China Lee cedeu seu microfone para a plateia cantar o refrão à plenos pulmões. Vale destacar a fúria com que os guitarristas Daniel Beretta e Júnior Muzilli (também da formação original ao lado de China Lee) destruíam suas guitarras que recebeu um reforço de uma fã (a fã era Ya Exodus, guitarrista da banda feminina de thrash SINAYA) que subiu no palco para tocar uma terceira guitarra com a banda na próxima música ‘Dama da Noite’ onde ao fim China Lee disse: “...com o SALÁRIO MÍNIMO é assim, pediu pra tocar um som e tocou, não temos frescuras não!”
  Com a adrenalina lá em cima e o calor insuportável veio a poderosa ‘Doce Vingança’ cantada em uníssono pelos bangers-fãs dignamente executada pela banda com destaque para o baixista performático Diego Lessa e o baterista monstruoso Marcelo Campos (também da banda TRAYCE).
  Após várias declarações apaixonadas de China Lee, que pontuaram o show espalhadas por entre as músicas como por exemplo suas declarações de ‘detonação’ em direção aos ‘playboys do metal’ que ‘os pais pagam para montarem uma banda, ensaiarem e gravarem’, ou quando ele proclama a ‘Oração’ onde pede a Deus que nos livre do Funk, do Pagode e preserve a mulher brasileira, ou seja um show bem cativante, divertido e muito carismático. Vale destacar que bem no começo do show ele pede ‘desculpas’ pelo fato da banda cantar em português com uma dose cavalar de sarcasmo estampada na face!
  Pra finalizar o show veio a trinca mortal de hinos ‘Anjos da Escuridão’, ‘Jogos de Guerra’ e a mais do que imaculada ‘Cabeça Metal’ que também figurou o mítico “S.P. Metal 1”.
  Saíram de lá com o jogo ganho, apesar dos entraves que tiveram que driblar, mas ai é outra história.
  Após o SALÁRIO MÍNIMO coube aos mineiros do LOTHLÖRYEN segurarem o rojão com a plateia indo lentamente embora e esvaziando gradativamente o recinto. Pois eu digo, o LOTHLÖRYEN conseguiu bravamente segurar o rojão com seu prog-metal  furioso e em um determinado momento tiveram que passar o microfone às mãos do vocalista e líder da banda LOVE GUN KISS COVER , Eduardo Colferai, que teoricamente fecharia o evento, onde ele anuncia que a banda dele não poderia mais tocar devido ao horário avançado e os atrasos.


  O que ninguém ficou sabendo (ou quase ninguém) é que a banda saiu de lá com o coração partido e sem receber o cachê. Há quem diga que saíram de lá chorando e um dos membros foi até expulso de lá por seguranças que, como sempre, estão lá para servir aos bangers e não agredi-los como quase sempre ocorre.
  Vejam o vídeo da banda LOVE GUN no palco do LOTHLÖRYEN: http://www.youtube.com/watch?v=1IESKFnZpsc&feature=youtu.be
  Passado todo esse mal estar, o TORTURE SQUAD começa a montar seu palco lá pelas 03:30 da manhã, levando mais uma hora para finalizarem a passagem de som e honradamente encerrar o evento com o sol nascendo para pouco mais de 60 pessoas.
  O saldo final deste que era pra ser o maior evento de HEAVY METAL da região da baixa mogiana em anos não foi muito positivo. Houve muitos problemas de organização e equipamentos, entre outros quesitos básicos, mas, foi apenas o primeiro, outros virão e esses problemas terão de ser sanados com excelência se quiserem se firmar no cenário.

LOTHLÖRYEN
  Vale agradecer a bravura dos organizadores por comprarem essa briga que foi levar um festival de HEAVY METAL  para uma cidade pequena e com tamanha estrutura, mesmo que essa não tenha funcionado como deveria. Vale também puxar a orelha dos mesmos para que solucionem o problema da empresa de Som contratada que foi o estopim de tudo, respeitar os fãs que comprarem ingressos caros de camarotes nos próximos eventos cumprindo a risca tudo que prometerem em relação à esse item e principalmente pensarem nos artistas como seres humanos e tomarem muito cuidado com os contratos que assinam e as exigências que as bandas envolvidas citam em tais contratos pensando se essas citadas cláusulas não irão prejudicar os demais artistas envolvidos e principalmente se os fãs não irão sair lesados dessa história. Os Headbangers Brasileiros estão cheios de comprarem ‘Lebres’ e saírem com ‘Gatos’!
  Não estou aqui para julgar ninguém e nem apontar culpados, isso não é minha função e sim do público que marcou presença. Estou aqui apenas para relatar o que vi e presenciei e não fiz nem metade disso, mas sai feliz de Espírito Santo do Pinhal, pois como em todo show de Rock and Roll, o público foi super civilizado, ordeiro e apaixonado o que me leva a pensar mais uma vez que esse mesmo público merece mais respeito e consideração e mais oportunidades de se unirem em torno de um bem maior, que seria o ROCK AND ROLL e esse é outro tópico que me deixou feliz e esperançoso pois sabemos agora que nesta cidade existe pessoas com boas ideias para que isso tudo se concretize, mas ideias apenas não bastam, precisa-se de mais empenho, mas o primeiro passo para tudo isso já foi dado.
  Agradecimentos aos fotógrafos Marcos César (Bullino), Rogério Seiji Kubometal e ao Fernando R. R. Junior do Rock On Stage (www.rockonstage.org) parceiro de estradas e shows!

ALEXANDRE-WILDSHARK

Diego Lessa (SALÁRIO MÍNIMO)


SALÁRIO MÍNIMO

Marcos (Rock on Stage), China e Beretta (SALÁRIO) e Eu

Fernando (BARBÁRIA)

Draco (BARBÁRIA)

Banner gigante do lado de fora do clube

Casa Lotada

DESECRATED SPHERE

HALLOWED
Daniel Job (HELLISH WAR)

Fernando (Rock On Stage), Eu e o HELLISH WAR



HALLOWED
HALLOWED
André (WOLFPACK)


Marcos (BARBÁRIA)

José Mantovani (DESECRATED SPHERE)

LOTHLÖRYEN

LOTHLÖRYEN

Thalita e JR (HELLISH WAR)

Thalita e JR (HELLISH WAR)

Daniel Job e JR (HELLISH WAR)

Raphael Mattos (SHADOWSIDE)

Dani Nolden (SHADOWSIDE)

Daniel Beretta (SALÁRIO MÍNIMO)

Thalita (HELLISH WAR)

Thalita (HELLISH WAR)

Vulcano (HELLISH WAR)

Thalita (HELLISH WAR)

China Lee (SALÁRIO MÍNIMO)

Diego Lessa (SALÁRIO MÍNIMO)

Taddei e Wellington (SLASHER)

Taddei e Wellington (SLASHER)

Daniel Beretta (SALÁRIO MÍNIMO)



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