domingo, 10 de junho de 2012

CARRO BOMBA "Carcaça", discão violento!



CARRO BOMBA – “Carcaça”
Laser Company Records (2011)
FAIXAS:
1.       Bala Perdida/
2.       Queimando a Largada/
3.       Carcaça/
4.       Combustível/
5.       O Medo Cala a Cidade/
6.       Mondo •Plástico/
7.       Blueshit/
8.       Corpo Fechado/
9.       O Fode-se III/
10.   Tortura/

  Taí uma banda que soube evoluir desde sua criação em 2004, de um power-trio que já era ótimo, e transformou num quarteto matador com a inclusão do vocalista Rogério Fernandes (ex-GOLPE DE ESTADO) em 2007 aliando seus vocais rasgados e poderosos à fúria das cordas dos fundadores Fabrízio Micheloni (baixo e coros) e Marcello Schevano (guitarra e coros ex-PATRULHA DO ESPAÇO), além das cacetadas certeiras de Heitor Shewchenko (bateria e coros).

Heitor Shewchenko (bateria)
  Depois do disco “Nervoso” de 2008 (já como quarteto), a banda só veio criando nome e entrosamento que culminou neste petardo chamado “Carcaça” que acaba de chegar nas lojas de todo país pela Laser Company com tratamento luxuoso no encarte de muitíssimo bom gosto, com uma temática de HQ e papel brilhoso com várias páginas com fotos, desenhos e todas as letras, tudo isso para embalar um dos melhores discos dos últimos 10 anos aqui no Brasil, se não for o melhor.
  As letras são explícitas, em português para todo mundo entender as mensagens que vem aos montes em faixas como Bala Perdida e O Medo Cala a Cidade que retrata a realidade das comunidades pobres da cidade grande com medo de tudo e vítimas da situação, ou então das irresponsabilidades do ser humano consigo mesmo em Queimando a Largada (com participações especiais de Heros Trench do KORZUS e Soneca e Xande do BARANGA nos coros) e Corpo Fechado. Aliás letras inteligentes é o que não falta aqui, como em Mondo •Plástico, Carcaça e Combustível.

Marcello Schevanno (guitarra)

  Para mim a melhor fica por conta de Blueshit que escancara com a mediocridade da população brasileira (em especial as de Sampa e do Rio) que todo Verão passam pelas calamidades decorrentes das fortes chuvas e consequentes enchentes e nada fazem, apenas se preocupam com o Carnaval que está chegando, tudo isso bem embaladas por riffs cavalares à lá PANTERA. Inclusive o instrumental dessa banda é digno de nota, um peso insano que se resume à apenas uma guitarra que mais parece uma orquestra delas, um baixão monstruoso, uma bateria do peso de um carro-forte e o vocal calejado e experiente que nos guia pelas amarguras das letras puramente realistas. Como acontecia com o saudoso PANTERA e o clássico BLACK SABBATH que a mídia especializada está adorando usar como parâmetro para apresentar o trabalho do CARRO BOMBA aos que ainda não o conhecem. Na verdade só digo uma coisa, se for ao show do CARRO BOMBA, vá preparado para suportar um soco na boca do estômago, chutes na cara e dentes quebrados, póis você sente o peso da banda te empurrando pra trás no peito!
  O disco fecha prematuramente com mais duas cacetadas na realidade cotidiana do brasileiro, uma contra a situação medíocre criada pelos politicamente corretos dos dias de hoje O Foda-se III (que também conta com Heros, Soneca e Xande nos coros) como já diz o nome é a terceira parte de uma série iniciada com a faixa O Pino da Granada do segundo play que lançaram ainda como trio em 2006 chamado “Segundo Atentado”. Com essa trilogia eles dizem o que todo mundo queria dizer para o chefe, o cônjugue, os pais, os vizinhos, o padre, a polícia, enfim, as autoridades predatórias de nossa sociedade. E por fim, talvez o maior hit desse disco, que tá fazendo um sucesso absurdo nos shows, Tortura com letra ácida e direta traz a participação mais do que especial de Vítor Rodrigues (ex-vocalista do respeitadíssimo TORTURE SQUAD) com uma letra que eu gostaria de destacar aqui na íntegra, mas farei apenas a última estrofe para vocês saberem do que estou falando: “Tortura é ver você/ Querendo ser mais um/ Na ditadura dos Milhões/ PAU MANDADO!”
Fabrízio (baixo) e Rogério (vocal)
  Ver Vítor Rodrigues cantando em português me lembrou a banda MOTOROCKER lá do sul do país, mas isso é apenas uma notinha do fã aqui.
  Ouvir um disco do CARRO BOMBA é uma experiência única, seja ele qual for, mas ouvir o mais recente citado aqui neste texto é mais do que uma experiência, é um grito sonoro de “ACORDA PORRA!” para quem estiver ouvindo e ver o show deles in loco então não tem comparações e nem palavras para descrever. Faça os dois!
  ALEXANDRE-WILDSHARK

Fotos: Andrea Solé, Renata Cecílio e Carro Bomba Oficial Site (http://carrobombaoficial.com.br/)



Discão ducarvalhu!


Rogério Fernandes (vocal)

Fabrício Micheloni (baixo/voz)

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