domingo, 25 de dezembro de 2011

VELHAS VIRGENS - o melhor e maior PROJETO CODA de todos!


  Janeiro de 2000 - certo dia passo eu na relojoaria da família do Júnior para falar com ele e eis que dois amigos meus chegam na loja e me falam: - "E aí, tá feliz?"
  Eu respondo: "Com o quê?"
  E o outro amigo meu responde: - "Ué, vocês vão abrir o show do VELHAS VIRGENS, o Júnior não te falou?"
  Na mesma hora perguntei isso ao Júnior e ele confirmou que a banda das VELHAS VIRGENS tocaria em Mogi Guaçú no que seria o 2º Projeto Coda no comecinho de fevereiro e minha banda abriria o show, logo pirei, pois era fã da banda desde seu primeiro álbum de 95 (quando os vi pela primeira vez na Concha Acústica do Taquaral, abrindo um show do IRA!) e sabia tudo e conhecia todos os sons da banda, era a oportunidade que eu queria!
  Tudo acertado o Eduardo me pediu uma foto oficial da banda para fazer o cartaz e os flyers, mas, por incrível que pareça, mesmo a banda tendo um ano completo de formação e tendo feito vários shows, o WILD SHARK não tinha uma foto com a formação completa juntos. Então ele resolveu pescar umas fotos isoladas de cada integrante que ele tinha no acervo fotográfico do Coda, pois uns 3 meses antes, pra ser mais específico, em 14 de outubro de 2000 o WILD SHARK tocou num bela festa de confraternização de motoclubes num sábado à tarde no extinto Gelitos Bar em Mogi Guaçú e este show acabou sendo transmitido ao vivo pelo Coda pois o horário do programa coincidia com o show e foi uma grande festa com presença de parte da Equipe do Coda (original) em nosso show, a saber, Júnior Pessine (encabeçando a presença do Coda e pondo a gente ao telefone ao vivo pra dar entrevistas pro Eduardo que estava no estúdio da Rádio com o Léo Brito), Edivaldo 'Nê' Maia fazendo as fotos e o Eduzinho Maia Filho fazendo percussão pra gente no show...

Duzinho na percussão.

  Com  essas fotos em mãos Eduardo fez uma montagem e mandou fazer o cartaz que vocês podem ver acima. A divulgação foi maciça com muitos cartazes distribuídos pela cidade e região total, milhares de flyers em preto e branco distribuídos de mão em mão (muita gente duvidava da vinda do VV pra Mogi Guaçú, mesmo a banda sendo desconhecida do grande público naquela época) nos fins de semana e nos eventos de Rock da região toda. Divulgação maciça também nas rádios da região, sim pois tínhamos mais de 3 programas de Rock no ar naquela época em toda região.

Paulão, Lips, Cláudia e Caio no Estúdio fazendo um som!
  Dado tudo isso, chegou o dia 03/02/2001, exatamente 8 dias antes do meu aniversário, tem presente maior que este? A banda chegaria de van no meio da tarde na Rádio pra entrevistas e um pocket show com um violão ao vivo no Estúdio do Coda e logo depois iria pra loja CD Company, no Centro de Mogi Guaçú pra uma tarde de autógrafos e onde dariam uma entrevista exclusiva pro meu programa, o 99 Rock Machine, então eu e o Júnior esperávamos a banda na loja junto a um séquito pequeno de fãs que foi aumentando após a chegada da banda na loja do Tonico (dono da CD Company). Com a cerveja rolando solta na loja e o rádio ligado tocando seus 3 CDs lançados na época, Paulão (v), Cavalo e Caio (g), Tuca (bx), Lips (bt) e a musa da galera Cláudia Lino (v) davam autógrafos, bebiam, interagiam com os fãs e me davam entrevista, tudo ao mesmo tempo, uma puta farra, inclusive com todo mundo (menos eu) bebendo junto à banda...imagina você que não tinha idade para ouvir o meu programa na época como saiu essa entrevista? Cheia de palavrões, sacanagens, cantadas baratas da Cláudia Lino, ofensas do Paulão (na pura sacanagem) e incursões de fãs no meio das perguntas e respostas da banda, destaque pro batera da época Lips que enquanto me concedia suas palavras me mostrava um catálogo de lingerie com belas moças e me indagava sobre o assunto... contudo a entrevista iria ao ar no dia seguinte e com o show logo mais à noite, não daria tempo d'eu editar a entrevista e a soltei no ar na íntegra daquele jeito que foi feita e esperei 'chumbo' do patrão pela segunda feira, o que não ocorreu, o patrão gostou muito do que ouviu e disse que foi a entrevista mais descontraída que ouviu na vida, e até hoje deve ser....

Em frente à loja CD Company após a entrevista (dentro da van ao fundo Júnior Pessine)


Rolando a entrevista na rádio
  Chegou a noite e mais uma banda foi confirmada em cima da hora como 'opening-act', Le Fou, banda de hard-rock de Mogi Guaçú que tinham bons amigos nossos na sua formação, quando eu cheguei na porta da casa de shows Tempo Clube com a banda vimos uma fila enorme na porta esperando pra entrar, várias vans estacionadas lá fora com placa de várias cidades da região, principalmente de Itapira de onde vieram várias vans e carros, muitas, mas muitas motos mesmo, vários moto clubes presentes em massa e dentro da casa muita gente já curtia a discotecagem exclusiva do Coda On Line nos PAs.
Amigos e público em geral mancando presença na casa lotada.
   Com clima de muita loucura no ar e nos bastidores, pois a área vip da casa tava lotada de gente de todas as estirpes e muitos bicões bebendo todas com a banda, nó estávamos no camarim e a banda Le Fou em palco botando fogo na galera com vários covers de Hard-Rock como Queen, Twisted Sister e afins....

  Eis que chega a vez do WILD SHARK subir ao palco para apresentar seu repertório calcado no Hard'n'Heavy que ia de Made In Brazil à Black Sabbath fase DIO, além de sons próprios, tudo certo e Eduardo Maia chama ao palco a nossa banda, entramos com 'a faca nos dentes', eu de gorro de bruxo, tridente (com as iniciais da banda cunhadas a ferro e fogo) em punho e botas plataformas com 10 cm de altura, metemos o pé na porta com 'Wholle Lotta Rosie' do AC/DC e eis que logo aos poucos 40 segundos de som, quando o 'couro come de verdade' eu dei um salto e desabei sobre a bateria, destruindo metade da mesma e a galera foi á loucura achando que aquilo também fazia parte do show (tem gente que até hoje acha isso e quando me encontra me parabeniza por esse feito!), mas não, me desequilibrei e cai mesmo.... eis que uns 8 anos depois deste show eu descobri exatamente o que aconteceu quando um dos meus amigos que estavam ali na beirada do palco bêbados feito uma vaca me confessa que foi ele que me derrubou, pois quando eu pulei ele agarrou na minha bota junto a outro amigo nosso, 'mui amigos' não acham?

Banda WILD SHARK
(Alexandre, Cléber, Bomba e Formiga)
  Após esse transtorno todo remontamos a bateria e continuamos o show numa crescente que pegou fogo numa improvisação em meio à 'Back in Black' e muitas invasões de palco por parte dos motociclistas mais afoitos de plantão que rendeu bons frutos à nossa banda e uma fama de doidos incuráveis, principalmente 'ao vocalista destruidor de baterias'!
  Uma pausa pro fôlego ser retomado e os copos serem enchidos e vem a atração principal da noite: A BANDA DAS VELHAS VIRGENS que começaram o show com calma com 'Sr. Sucesso', faixa título do lançamento da época e logo o jogo estava ganho com mais de 800 pessoas e lotação total naquela Tempo Clube. A presença de Cláudia Lino no palco, fosse pra dançar ou cantas faixas como 'A Mulher do Diabo' ou 'Abre essas Pernas' era sempre um frenesi que rendeu muita dor de cabeça pros marmanjos que foram acompanhados ao show, até que a Cláudia (uma pessoa excelente como humano e profissional, sempre muito solícita, simpática e totalmente desencanada a ponto de se trocar no mesmo camarim que a gente sem se grilar com detalhes, como a nossa presença...) chegou a convidar umas duas moças pra subir ao palco com ela e executar o famoso 'Blues do Velcro', e ao cantar 'A Mulher do Diabo' ela sobe vestida de Diaba com seu próprio tridente,
Paulão prestando tributo à Cláudia

Cláudia (A Mulher do Diabo)
coincidências à parte o show do VELHAS VIRGENS estava no underground naquela época, não tocava na Jovem Pan e não aparecia tanto quanto hoje, mas já tinha uma legião sem fim de fãs e naquela noite angariou mais umas centenas com certeza.

  No final da festa eles resolveram executar o hino-dos-hinos do Rock Brazuca 'Minha Vida é Rock'n'Roll' do velho MADE IN BRAZIL e foi quando o Paulão me chamou ao palco para cantar com ele e eu puxei pra cima do palco o Ricardo, na época baterista da banda Le Fou e no refrão subiu mais uns 5 ou 6 fãs e a festa fechou com essa chave de ouro com eu e o Paulão nos vocais e o resto da turma toda cantando o refrão e dançando pelo palco afora, um palco minúsculo que ficou gigante e se estendeu até a porta da casa.
  Foi a única festa 'Projeto Coda' que vi até os seguranças se divertindo!
  Preciso dizer que o saldo foi 100% positivo? Tanto que a banda VELHAS VIRGENS até hoje vem periodicamente a nossa região pra tocar. Estiveram em 2007 em Mogi Mirim (onde eu entreguei nas mãos do Paulão uma cópia em CD do áudio do show de 2001 que dei um jeito de gravar), em 2008 de volta à Mogi Guaçú e estará voltando pela terceira vez à cidade de Itapira agora no comecinho de 2012. E em todos os shows eles lotam a casa, uma tradição que começou em 2001 pelas mãos de toda a Equipe Coda On Line que no mês seguinte trariam uma lenda viva do Heavy Metal brasileiro à Mogi Guaçú. Mas essa eu conto em outro post, acompanhem.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O nascimento do 'Projeto Coda' - PATRULHA DO ESPAÇO (2000)

  Em 2000, o Coda On Line completaria 2 anos de muito sucesso no ar e Eduardo e Júnior resolveram fazer um show de comemoração e dessa ideia surgiu o famoso 'Projeto Coda' e a banda escolhida por eles foi a veterana e renascida PATRULHA DO ESPAÇO, mas porquê um nome tão desconhecido da galera daquela atualidade para estrear na primeira festa do programa? Simples, primeiro porque eles eram fãs declarados desta grande Lenda do Rock Pesado Brasileiro, segundo porquê era uma constante as músicas da Patrulha na programação do programa desde o começo, então a banda não era tão desconhecida assim do público alvo que eram os ouvintes do programa e principalmente porque a banda ressurgia de um hiato de 9 anos, sim a Patrulha do Espaço estava de volta na ativa e com um excelente disco na praça, chamado 'Chronophagia' esse disco trouxe a nova line-up, formada pelo fundador Rolando Castello Jr. (bateria) ao lado do outro veterano Luiz Domingues (baixo/voz) que tinha tocado com o Joelho de Porco, Língua de Trapo e A Chave do Sol (e futuro Pedra e Kim Kehl e os Kurandeiros) entre outras e mais dois novatos talentosíssimos que vieram duma banda chamada Jardim Elétrico (faziam um Rockão Lisérgico e Progressivo) chamados Rodrigo Hid (guitarra, vocal, órgão, teclados, futuro Banda Pedra) e Marcello Schevanno (guitarra, vocal, flautas, órgão e teclados, futuro Carro Bomba). Visto tudo isso somamos aí o intuito principal de Eduardo e Júnior com o programa que era catequizar a molecada com o Bom Rock produzido no Brasil desde sempre.
  Contatos e contratos acertados eis que no dia 10 de Novembro de 2000 'a nave' (como a banda é comumente chamada pelos fãs) pousava pela primeira vez em Mogi Guaçú, exatamente às 16:00 hs duma sexta-feira em frente à Tempo Clube (uma discoteca desativada de Mogi Guaçú) com todo seu aparato sonoro, setentista, psicodélico e esotérico para um grande show naquela mesma noite. Acompanhando os 4 músicos vieram os roadies Daniel 'Kid' e o Samuca que acabou virando um brother meu e que invariavelmente encontro nos 'rolês da estrada' até hoje com grande satisfação. Na verdade esses envolvidos , ou seja, os músicos desta formação da Patrulha acabaram criando um vínculo muito estreito com a equipe do Coda e viramos grandes amigos, principalmente Eduardo e eu que os recebemos pessoalmente naquele dia, até hoje tenho contatos com Luiz Domingues e Marcello Schevanno é outro que sempre encontro pelos shows por aí, Júnior (o batera da banda) até hoje se mostra muito solícito com todos nós e Rodrigo Hid (que montou o Pedra com o Domingues após a saída do Patrulha dada em 2007) também tem grande satisfação ao entrar em contato conosco até hoje.

Luiz Domingues, Rollando Júnior, Rodrigo Hid, Marcello Schevanno
  Chegada a banda na Tempo Clube, montaram o palco, passaram o som e após tudo isso vieram atender a mim (que na época ainda não era do cast oficial do Coda e sim membro único do programa 99 Rock Machine) e à uma repórter do jornal local chamado Gazeta Guaçuana para entrevistas. Deixei a distinta moça do jornal local entrevistá-los antes de mim, para eu ter uma certa liberdade de entrevista após a avalanche de bobagens que ela proferiu à banda, como perguntas vazias do tipo "Como vocês se sentem em relação ao não convite para o Rock in Rio 3?" (que rolaria dali 2 meses) e o Júnior ironizando a moça dizendo que aquela escalação do Rock in Rio era mais uma Disneylândia do que um festival de Rock verdadeiro.... Agruras do tipo eram fáceis de sair da boca deles todos em direção à tamanhas asneiras que a moça derramou naquela tarde. Tive o prazer de fazer uma entrevista de tamanho considerável com eles e ainda por cima acompanhar o maravilhoso espetáculo lisérgico que era o show da banda naquela época, com direito à todos os clássicos da banda, aliados a homenagens ao eterno criador da banda em 77 Arnaldo Dias Baptista (se você não sabe quem é, procure se informar, a internet está aí pra isso.), lembranças de OS MUTANTES com uma versão infinita de 'Ando Meio Desligado', infinitamente melhor que a do Pato Fu (que havia regravado esta pérola na época e vivia tocando nas FMs), muitas jams, muitos incensos e boas companhias, pois o show não lotou, mas tinha muitas pessoas agradáveis espalhadas pela casa acompanhando este show que ficou nas memórias de quem viu.


  A abertura do show ficou por conta da banda local de hardcore Godzilla  e a banda de mesmo estilo rRuga (escrito assim mesmo com dois rRs) que fizeram  shows 'curto e grosso' e nada mais, como segue a tradição das bandas daquele segmento, não foram shows ruins, não confundam, mas foi uma junção que não combinou, mas valeu a intenção dos produtores de mesclar os públicos distintos, pena que o pessoal Hardcore não compareceu em massa, ao contrário dos fãs do bom e velho Rock and Roll tradicional que vieram em um número considerável, poderia ter sido melhor o público, mas mesmo assim a banda botou pra fuder e saiu de lá de alma lavada. Ainda atendeu uns fãs no camarim após o show e no dia seguinte no hotel ainda me atenderam pra uma outra entrevista pois a que eu tinha feito no dia anterior eu consegui, num passe de burrice, deletar do gravador de MD ( uma espécie de mini-CD que existia nos anos 90 e que era muito usado nas rádios, tecnologia de ponta em 1998 e 99.... hehehehehe.
  Resumindo, prejuízo financeiro pros produtores do Coda, mas lucro intelectual e social, pois como eu disse, tivemos uma aula ímpar de como se fazer Rock'n'Roll setentista sem soar datado e mais uma vez o saldo maior foram as amizades que ficaram dos músicos com a produção do Coda On Line (e com o bicão que vos fala). Depois disso ainda fui vê-los tocar no Delta Blues Bar em Campinas, uns 8 meses depois o que rendeu uma negociação de mais um show em Mogi Guaçú, dessa vez com a minha banda WILD SHARK na abertura, pois, ambas lançavam seus respectivos CDs, eles o 'Dossiê Vol.4' e nós a nossa única demo-EP autointitulada, amparados pela banda local de Hard Rock  Le Fou, pelo menos dessa vez não teve conflito de estilos, pois as 3 tocavam Rockão das antigas. Essa gig foi uma parceria das bandas WILD SHARK/PATRULHA DO ESPAÇO, sem ligação com o Coda On Line (apenas divulgaram o show para a gente), mas, até hoje muita gente considera esse show mais um Projeto Coda, tamanha a ligação da banda com o Programa. Esse show renderá um post só pra ele, mas fica pro futuro.
  No próximo post, PROJETO CODA 2 com a primeira (de muitas) vinda da banda das VELHAS VIRGENS pra esses lados...confiram.

no hotel com a PATRULHA DO ESPAÇO

Eduardo Maia e seu filho com o PATRULHA DO ESPAÇO



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A criação da 'Família Coda On Line'

Equipe Clube Rock, Choose Your Side e Coda On Line (2001)
 Em 2000 nosso amigo Júnior, um dos dois responsáveis e cabeças do Coda precisou se afastar por tempo indeterminado do ar e aí começa a história das parcerias e participações no programa, por aí já dá pra ver a importância de Júnior 'Progressivo' Pessini, que para suprir sua ausência o Coda virou um grande time de participantes, a começar por André Luiz que foi convidado para fazer um bloco no Programa, o seu bloco passou a se chamar 'Maldito Rock Brasileiro' pois André era expert em bandas e músicos brasileiros, e tocava no programa desde Pepeu Gomes até Sarcófago, passando pelas novas promessas como O Surto, as comerciais como Capital Inicial e principalmente as bandas locais, como a minha Wild Shark ou outras como D.O.R. e até a banda de seu irmão Ricardo, o Le Fou, tudo com muito conhecimento de causa.
  Pouco tempo depois vieram os irmãos Bian, ou Bian Brothers, Beto e Adilson que apresentavam um programa de Rock Alternativo na extinta Rádio Rock de Amparo/SP, a 89-Máquina do Som FM, onde eles apresentavam o 89 Graus, com o fim do programa deles, Eduardo os convidou para um bloco no programa, como eles moravam em outra cidade preferiram fazer um bloco mensal ao invés de semanal, era o '95 Graus', pois 95 era a sintonia da rádio, onde eles tocavam e discorriam sobre bandas desconhecidas e pouco apreciadas no meio, era sempre uma descoberta atrás da outra seus divertidos blocos.

Williams, Léo (2001)
  Em 2001 o meu programa de Rock, o "99 Rock Machine" (do qual falarei mais pra frente em outros posts) saiu do ar depois de mais de 1 ano e meio sem mais explicações (tenho pra mim que o caso era um tal de Ronald McDonalds que vocês bem conhecem) e coincidiu com a Festa de 3 anos do Coda, onde Eduardo trouxe para Mogi Guaçú as bandas DR. SIN, MADE IN BRAZIL e RATOS DE PORÃO na mesma noite e eu estava ajudando o pessoal nos bastidores, foi quando recebi um convite para fazer um bloco no Coda, mas eu tinha um entrave trabalhista aí, pois eu trabalhava de carteira registrada na empresa concorrente, mesmo após o cancelamento do meu programa eu permaneci no ar por mais 2 anos na programação normal, mas mesmo assim resolvi encarar essa de peito aberto e ver no que iria dar e assim levei pra lá um bloco do meu programa que fazia muito sucesso, era a 'Enciclopédia do Rock' que, como diz o nome eu esmiuçava histórias peculiares do Rock and Roll ou das bandas e artistas em questão, mas sempre algo menos óbvio como os filmes 'Hair', ou bandas como Angel e Bachman Turner Overdrive. Fui condecorado com o título de 'Garoto Enciclopédia' num bloco de 20 minutos, mas pegou meio mal essa história de Garoto e ficou até meio jocosa, sendo assim com pouco mais de 3 meses no ar, fui promovido à 'Doutor Enciclopédia' e meu bloco aumentou pra meia-hora como os dos outros também.

Eduardo, Délcio, Alexandre, André, Léo (2002)
  Depois de mim veio o Délcio Padovani Jr. de Itatiba como convidado mensal também, com o bloco 'Barulho' onde ele fazia o que queria e tocava muito Stoner, e assim a família Coda foi aumentando. Pra você ter uma idéia, o pessoal do Clube Rock de Itapira (além dos dois originais Leandro e Paulão, tinham o João Paulo, irmão do Leandro, o Márcio Brandão, o Daniel, Black Dragon entre outros) já eram de casa e sempre apareciam, além deles começaram a vir também o pessoal de Espírito Santo do Pinhal nas pessoas excelentes de Pedrão, Ricardo e Fernando Jr. futuro webmaster do site Rock On Stage onde escrevo até hoje (www.rockonstage.org) e também apareceram uma turma de Poços de Caldas na festa de 3 anos, era o pessoal do zine Choose Your Side, que no futuro viraria uma festa e um site de primeira sobre Rock/Metal/Vampirismo/Contos etc... onde também escrevi por anos, Fábio Kill e André entre outros tocavam este zine e vieram de carona de Poços de Caldas/MG até Mogi Guaçú/SP só para cobrirem a Festa de 3 anos do Coda e fazer novos amigos o que conseguiram com louvor. Essa foto acima representa este dia com a turma de Poços, Itapira e do Coda, uma aliança que dura até hoje.
  Além disso tínhamos em Sorocaba o irmão do Eduardo, Edivaldo Maia, também conhecido como Nê Maia, fotógrafo oficial do programa e que de vez em quando fazia umas entrevistas e blocos no programa. E, em São Paulo, cidade natal de Eduardo, Nê e minha, tinha o filho mais velho do Eduardo, o Duzinho Maia que sempre dava as caras também. E, nos últimos tempos veio Vagner Aguiar, jornalista de formação, Rocker de especialização, veio pra colocar a cidade de Aguaí no Mapa do Coda On Line. Vale também ressaltar a presença desde o primeiro programa de Léo Brito na técnica de som e gravação de vinhetas e comerciais.

Eduardo, Júnior, Có (Cerrutti), Léo, Duzinho (2001)
  Resumindo, Mogi Guaçú, Itapira, Sorocaba, Itatiba, Amparo, Aguaí, Mogi Mirim, Poços de Caldas, Espírito Santo do Pinhal e até São Paulo, todas essas cidades tinham (e ainda tem) ao menos um resquício da 'Família Coda', isso é o que de melhor ficou de herança desses áureos tempos de Rock'n'Roll Radio!
  Outras histórias virão dessa época de ouro, acompanhem o Blog do Shark, ou melhor , a Toca do Shark e  identifique-se!

domingo, 18 de dezembro de 2011

A solidificação da cena Rocker da baixa Mogiana em 2000.

  Após essa primeira visita à Rádio Vale Verde FM para conhecer esses apresentadores, na ocasião Eduardo, Júnior nas locuções, Léo na mesa de som e o Williams com inserções bem humoradas no meio do programa, os laços foram se estreitando, eu trabalhava na concorrente, mas quase toda semana ia lá para curtir um som e ajudar no que fosse preciso, tipo atender um telefonema enquanto os caras estavam no ar, levar uns CDs pra tocar, tirar umas fotos ou algo do tipo. Toda semana íamos à Rádio levando um amigo a mais ou colega curioso, e essa turma toda estava começando a montar suas próprias bandas e no futuro seria parte maciça da cena Rocker de Mogi Guaçú.

A primeira equipe do Coda: Williams, Eduardo, Júnior e Léo (na mesa de som)

  Em 1999 já éramos bem amigos ao ponto d'eu fazer comentários esporádicos no programa sobre shows que tinha assistido, tipo Deep Purple, KISS, Glenn Hughes, entre outros...
  Estávamos frequentando shows juntos aqui pela região e numa cidade vizinha à nossa tinham uns caras fazendo um programa de Rádio também chamado Clube Rock, na cidade de Itapira, apresentado pela dupla Leandro e Paulão, logo a parceria estava formada entre os dois programas que ganhariam um terceiro elemento à partir de 2000, o meu próprio programa de Rock chamado Rock Machine, eram 3 programas de Rock and Roll nas ondas do Rádio no fim de semana, começando pelo Coda aos sábados à tarde na Vale Verde FM, após vinha o Clube Rock no sábado à noite na Clube FM de Itapira e domingo à tarde tinha o 99 Rock Machine na Nova Onda FM, eram rádios concorrentes, mas os programas de Rock não, eram mais uma união de forças por uma causa comum, o ROCK AND ROLL.
  À esta altura já rolavam as "Festa Rock" em Itapira com as bandas locais e o Coda começou o "Projeto Coda" no fim de 2000 já de cara com uma clássica banda nacional que estava de volta, a PATRULHA DO ESPAÇO que fez um show histórico em Mogi Guaçú na Tempo Clube com abertura da banda guaçuana Godzilla. Nesta época a cena estava fervilhando de bandas pra todo canto aqui na baixa mogiana com bandas de Mogi Guaçú, Mogi Mirim, Itapira e bandas mistas com membros das 3 cidades. Tínhamos a minha banda WILD SHARK, INSÍGNIA que evoluiu duma banda cover de Sabbath/Metallica chamada TRENDKILL, BB MANKO, LETAL, GODZILLA, COLLAPSE NR, NERVOUS, EXCLUÍDOS DA LEI, OPERÁRIOS DO ROCK,D.B.T., SÓDIUM, GUERRILHA, ANONIMATO, LE FOU, D.O.R., DRAGSTER, LED'ZÉ PAULIN, CRAZY DUCK entre tantas outras que duravam semanas e se fundiam com outras pra se tornarem uma e por aí vai...

O público do Coda na festa de 3 anos do programa em 2001
  A cena perfeita para desencadear um sem números de shows toda semana em tudo quanto era canto, e também muitas intrigas e disse-me-disse que não ajudou em nada a evolução desta cena, mas essa é outra conversa.
  Na próxima parte falarei da consolidação dessa aliança rocker que se expandiu por toda a região e atravessou até a fronteira entre SP-MG.

1998 - surge uma luz no Fim do túnel, uma não, mas três.

  Em 1998, eu começava a trabalhar em Rádio, tinha acabado de sair da escola e começava a trabalhar nas madrugadas duma Rádio da minha cidade, na verdade a melhor das 3 que tinha aqui, legal, ia ganhar dinheiro com música, meu sonho tava começando a ser realizado, um deles pelo menos. Ao mesmo tempo em que eu entrava no ar com a programação normal da rádio (Pop) que me dava uma certa liberdade d'eu tocar as modas  da época como Backstreet Boys, Skank, mas ao lado de The Smiths, Yes, Rush, Aerosmith, Plebe Rude, Capital Inicial entre outras bandas com o pé no Rock, dois caras entraram no ar na Rádio concorrente somente aos sábados à tarde com um programa de ROCK AND ROLL chamado 'Coda On Line'.



  Um mês depois um amigo meu chamado Paulinho, que no futuro tocaria comigo numa banda de Rock, me avisou sobre esse programa, nos juntamos pra ouvir esses caras e tava rolando um mini especial da Rita Lee com o Tutti-Frutti, eu já pirei, isso não se toca em rádio, lembrem-se estávamos em 1998. Logo anunciam o telefone pra concorrer à um kit do programa com camiseta, boné e adesivo do programa, nós ligamos e meu amigo ganhou, no sábado seguinte estávamos indo de bicicleta até a rádio conhecer esses caras...aí começou uma grande história que durou até 2004 no ar, mas os resquícios dessa história aparecem até hoje vira e mexe, ou seja, os amigos...
  Na segunda postagem continuo esta história de onde parei.

Nas fotos aí do século passado temos os fundadores do programa, os 3 primeiros a abrir a boca no microfone em nome do CODA: Eduardo Maia, Williams Rogério (de branco) e Júnior Pessine (com os fones).